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Alegada conspiração contra Sarkozy envolve rival e um próximo de Hollande

François Fillon, antigo primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy, terá pedido a Jean-Pierre Jouyet, actual secretário do Eliseu e um dos homens mais próximos de François Hollande, que acelerasse as investigações judiciais contra o antigo presidente para evitar que este regresse à política activa.

Reuters
10 de Novembro de 2014 às 20:32
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O ex-primeiro-ministro François Fillon, que ocupou o cargo durante a presidência de Nicolas Sarkozy e que é o seu mais directo rival no partido de centro-direita, a UMP, terá pedido a Jean-Pierre Jouyet, actual secretário do Eliseu e um dos homens mais próximos do actual presidente François Hollande, para que fizesse o possível para apressar as investigações judiciais contra Sarkozy de modo a impedir que este regresse à política activa a tempo de poder disputar a liderança da UMP e as eleições presidenciais de 2017.

 

A alegada conspiração foi avançada pelo Le Monde e está a sacudir a política francesa, tanto à direita (no seio da UMP), como à esquerda, entre socialistas.

 

Segundo o Le Monde, Fillon almoçou com Jouyet para pedir que encontrasse uma forma de acelerar as investigações sobre o escândalo Bygmalion – esquema de alegada sobrefacturação que envolve a empresa que coordenou a campanha presidencial de Sarkozy em 2012.  De acordo com o o jornal, Fillon terá argumentado que era preciso "bater forte em Sarkozy". Os jornalistas do jornal Le Monde dizem que têm uma "fonte altamente segura" capaz de confirmar o almoço e esse pedido de François Fillon.

 

Fillon garante que nunca fez tal pedido a Jouyet. Já o secretário do Eliseu começou por negar o encontro, mas perante a firmeza do Le Monde acabou por o confirmar, concedendo que o antigo primeiro-ministro conservador lhe disse estar "muito preocupado" com as contas do seu partido, a UMP, mas que lhe terá deixado claro durante esse encontro que a Presidência da República não interferia em assuntos da esfera da justiça.

Na imprensa, mais à direita o Le Figaro questiona em editorial: "Fillon pediu a cabeça de Sarkozy ao Eliseu ou é a Presidência da República que quer semear a discórdia na direita?". Independentemente da resposta, quem ganha é Marine Le Pen, responde o jornal, referindo-se à candidata presidencial da Frente Nacional que tem acusado os dois partidos que se têm alternado no poder de estarem igualmente envolvidos em escândalos de financiamento partidário ilícito e de tentativas de manipulação da justiça.

Mais à esquerda, o Libération conclui que será o ex-presidente Nicolas Sarkozy quem mais pode sair fortalecido deste enredo. "Perante sondagens que mostram uma popularidade medíocre e questionado dentro do seu próprio partido, Nicolas Sarkozy não poderia sonhar com um presente melhor", escreve o jornal.

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