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CGTP e UGT querem que Governo continue a repor rendimentos
No essencial, as duas centrais sindicais estão de acordo: querem que o Governo prossiga a sua política de reposição de rendimentos e que continue a desagravar a carga fiscal sobre o trabalho.
A CGTP apresentou na quarta-feira a sua proposta reivindicativa para o próximo ano e conta encetar de imediato uma ronda de contactos com os partidos políticos e os grupos parlamentares para os sensibilizar para as suas propostas, de modo a que elas tenham enquadramento no próximo OE.
Na sua proposta, a Intersindical reivindica aumentos salariais de 4%, que garantam um mínimo de 40 euros a cada trabalhador, o aumento do salário mínimo para os 600 euros e o aumento generalizado das pensões.
"Queremos sensibilizar os partidos e os grupos parlamentares, apresentar-lhes as nossas ideias e as nossas propostas para que tenham atenção especial à necessidade de aumentos gerais dos salários e das pensões e à aposta no emprego de qualidade e no combate à precariedade", disse à agência Lusa o secretário-geral da Inter, Arménio Carlos.
O sindicalista referiu, a propósito, que "todas estas matérias vão ser discutidas na Assembleia da Republica quando o Governo apresentar a sua proposta de OE".
"Este é um momento muito importante para os portugueses, antes da apresentação do OE, e nós não queremos que haja uma reversão do processo em curso de reposição de rendimentos, queremos que ele se desenvolva e se consolide", disse.
Arménio Carlos defendeu que "depois da reposição, é necessário dar o passo seguinte, que é a melhoria dos rendimentos".
"Não podemos aceitar a estagnação, se não queremos o PSD e o CDS de novo no Governo, com maioria no parlamento, é preciso dar resposta aos problemas dos trabalhadores de forma sustentada", acrescentou.
Para a Inter, a proposta de OE para 2017 "deve centralizar a atenção nos trabalhadores e nas suas famílias".
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, comunga desta opinião pois considera que o Governo tem de conciliar os constrangimentos europeus relativos à execução orçamental com a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores.
"É fundamental que o Governo continue a apostar, como tem feito nos últimos meses, na devolução dos rendimentos aos portugueses", disse Carlos Silva, defendendo o aumento do salários e pensões, em particular do Salário Mínimo.
A UGT ainda não aprovou a sua política de rendimentos para o próximo ano, só o fará no final do mês, mas, segundo o seu secretário-geral, a central defenderá também o aumento do Indexante de Apoio Social, congelado desde 2008, e "o desagravamento da brutal carga fiscal".
Estas medidas são também reivindicadas pela CGTP, que espera que a proposta de OE inclua o alargamento dos escalões do IRS.
Arménio Carlos reconheceu que "já muita coisa foi feita" no sentido de melhorar as condições de vida dos portugueses, mas defendeu que "é preciso fazer muito mais, porque ainda há muita injustiça e pobreza no país".
Para Carlos silva o "OE para 2017 tem que ter uma forte componente social, tem de aumentar os salários e pensões e minimizar o agravamento fiscal".