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Weidmann rejeita a necessidade de estímulos do BCE

O presidente do banco central alemão recusou a necessidade de cortes nas taxas de juro ou o “quantitative easing”. Considera apoios desnecessários e que não fazem jus aos recentes dados económicos divulgados.

Bloomberg
27 de Agosto de 2019 às 09:12
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Apesar da sombria previsão para a saúde económica na Alemanha e na Zona Euro em geral, Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, mostrou-se reticente quanto a um pacote de estímulos por parte do Banco Central Europeu.

O líder do banco central alemão disse que o corte nas taxas de juro diretoras no bloco central, ou o regresso do "quantitative easing", "não fariam justiça aos recentes dados económicos divulgados na Zona Euro", de acordo com declarações do governador ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Enquanto Weidmann admitiu que a política monetária tem que ser expansionista, nesta altura, afastou a necessidade de uma reação "às cegas" e um suporte imediato do Banco Central Europeu. Isto, apesar da inflação na região continuar abaixo da meta de 2%, estabelecida pelo BCE.

"O que importa é que estamos no caminho certo para atingir esse alvo", disse Weidmann, acrescentando que considera "aceitável que a caminhada até ao objetivo tenha alguns atrasos ocasionais".

Jens Weidmann, de 51 anos, ganhou a alcunha de "Dr. No" pelas suas opiniões irem geralmente contra as de Mario Draghi, presidente do BCE, principalmente no que toca à compra de títulos de dívida soberana, e por assumir uma postura menos pessimista do que os seus pares nas previsões económicas para a região.

Mario Draghi, que será substituído por Christine Lagarde a partir de 1 de novembro na liderança do BCE, tem planeado lançar um programa de estímulos já no próximo mês.

O chefe do BCE tinha admitido em junho que seria necessário atuar, caso a economia não melhorasse entretanto. Desde então, os dados da indústria mostraram que o setor está a encolher com uma queda nas encomendas e na confiança, penalizadas pela contínua guerra comercial, pelo indefinido Brexit e pela turbulência em Itália.

No entanto, Weidmann considera que Draghi não devia fazer alterações até abandonar o cargo: "Na minha opinião, qualquer potencial ajustamento feito à política monetária deve ser decidido apenas quando houver um novo presidente".

Dentro do seio da Zona Euro, grande parte dos governadores apelam à necessidade de estímulos por parte dos bancos centrais. Olli Rehn, governador do Banco da Finlândia, apelou por medidas que impulsionem a economia e Peter Kazimir, líder do Banco Nacional da Eslováquia, pediu "um largo consenso" dentro do BCE nesse sentido.

A opinião pública de Weidmann pode então complicar a reunião da instituição europeia marcada para 12 de setembro, altura em que os investidores e economistas estarão à espera que o BCE decida um corte nas taxas de juro, assim como regresse às compras de ativos para combater a desaceleração económica.


O líder do banco central germânico já tinha afastado a necessidade de estímulos imediatos na Alemanha, apesar dos economistas terem previsto que o crescimento do PIB possa voltar a cair 0,1% entre julho e setembro deste ano, pelo segundo trimestre consecutivo. A acontecer, o país entra em recessão técnica.  

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