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Taxa de desemprego aumenta para valor mais elevado desde 1998
A taxa de desemprego em Portugal atingiu o valor mais elevado desde 1998 no quarto trimestre do ano passado ao atingir os 8%. Este valor representa um acréscimo de 0,3 pontos percentuais e foi registado em mais um ano de fraco crescimento económico.
A taxa de desemprego em Portugal atingiu o valor mais elevado desde 1998 no quarto trimestre do ano passado ao atingir os 8%. Este valor representa um acréscimo de 0,3 pontos percentuais e foi registado em mais um ano de fraco crescimento económico.
Segundo dados avançados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa situou-se nos 8% no período em análise, representando, em termos comparáveis o máximo em mais de sete anos (1998) altura em que o INE alterou o método de cálculo da taxa. A última vez que se verificou uma taxa de desemprego tão elevada foi em 1987.
Este valor do desemprego aconteceu num ano em que o fraco crescimento económico levou a que não se conseguissem criar postos de trabalho suficientes para fazer face ao aumento de pessoas à procura de emprego. Estes dados indiciam que a economia portuguesa deverá ter-se contraído no quarto trimestre depois de ter diminuído 0,9% no terceiro trimestre, o que levaria o país á sua quarta recessão em muitos anos.
Segundo estimativas da Comissão Europeia, a economia portuguesa expandiu-se 0,4% em 2005 e deverá crescer 0,8% este ano, o que representa o mais baixo crescimento da Zona Euro. «O ciclo económico não está ainda a criar um número significativo de postos de trabalho», segundo Cristina Casalinho, economista do banco BPI, citada pela BLoomberg.
Esta taxa compara com os 7,7% registados no terceiro trimestre de 2005, representando um acréscimo de 0,3 pontos percentuais e de 0,9 pontos percentuais em termos homólogos. Em 2005 a taxa de desemprego aumentou de 6,7%, em 2004, para 7,6%, em 2005.
Os acréscimos trimestrais, homólogos e anuais na taxa de desemprego ocorreram tanto para as mulheres como para os homens, «embora as mulheres continuem a deter as maiores taxas» (9,2% contra 7%, no quarto trimestre de 2005, e 8,7% contra 6,7%, em 2005), sublinha o INE.
A mesma fonte acrescenta que encontravam-se desempregados 447,3 mil indivíduos no quarto trimestre, mais 17,4 mil e mais 57,6 mil indivíduos do que nos trimestres anterior e homólogo, respectivamente.
A subida trimestral da taxa de desemprego «resultou do efeito conjugado do aumento da população activa, de 0,4%, e do aumento da população desempregada, de 4%». Em relação ao trimestre homólogo observou-se na população activa um acréscimo de 1% e na população desempregada um acréscimo de 14,8%, o que se reflectiu na variação homóloga da taxa de desemprego, em 0,9 pontos percentuais.
As taxas de desemprego mais elevadas registaram-se nas regiões Alentejo (9,4%), Lisboa (9%) e Norte (9,0%). Os valores mais baixos para este indicador continuaram a observar-se nas Regiões Autónomas dos Açores (4,4%) e da Madeira (5,1%). Em termos dos valores médios anuais de 2005, estas posições na hierarquia foram as mesmas, explica o INE.