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Setor da Saúde vê saída de Temido como "lógica" e "expectável"
Sindicatos e Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares dizem que saída era inevitável. Ordem dos Médicos pretende novo ministro que "faça acontecer".
Em reação a esta notícia, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos (OM) indica que falta saber se a saída de Temido se deve "ao facto de já não ter alternativas para resolver os graves problemas da saúde em Portugal". Ou se deve ao facto de o Governo não ter dado "condições para executar as medidas estruturais que eventualmente poderia querer fazer no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, disse compreender a decisão de António Costa em aceitar o pedido de Marta Temido e aponta que era um fim inevitável. Em relação a um futuro ministro, Roque da Cunha revela o que pretende "é uma pessoa com capacidade de diálogo para ultrapassar alguns dos problemas".
Já Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), considera que a demissão da ministra "era expectável" face à falta de condições que Marta Temido foi tendo para fazer mudanças necessárias no Serviço Nacional de Saúde, no entanto "não esperava que fosse já". Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, considerou "lógica" a razão evocada pela ministra da Saúde para se demitir, mas também não estava à espera.
O presidente da APAH revela que Temido foi perdendo "margem de mobilização no setor" e que teve "sempre alguma dificuldade em fazer valer dentro do Governo, dentro do Conselho de Ministros, as suas propostas de mudança e a necessidade de reforçar SNS", sublinhou.
Quanto ao próximo ministro da saúde, Xavier Barreto disse esperar que seja um ministro com "capacidade técnica e conhecimento do setor, mas que tenha uma forte força política para convencer o Conselho de Ministros a investir mais no SNS".