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Santana Lopes é recebido por Jorge Sampaio em Belém

O primeiro-ministro português, Pedro Santana Lopes, desloca-se hoje, às 09h30m, ao Palácio de Belém, para discutir com o Presidente da República, Jorge Sampaio, a situação política provocada pela demissão, domingo, do ministro Henrique Chaves, noticiou a

29 de Novembro de 2004 às 09:05
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O primeiro-ministro português, Pedro Santana Lopes, desloca-se hoje, às 09h30m, ao Palácio de Belém, para discutir com o Presidente da República, Jorge Sampaio, a situação política provocada pela demissão, domingo, do ministro Henrique Chaves.

De acordo com o assessor do Presidente da República João Gabriel, a reunião foi «acordada entre ambos os gabinetes, ao princípio da noite» de domingo.

A demissão do ministro do Desporto, da Juventude e da Reabilitação, Henrique Chaves, abriu domingo mais uma crise no Governo, com a oposição a acusar o primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, de ser um foco de instabilidade.

O pedido de demissão de Henrique Chaves – entregue cerca das 15h00 na residência oficial do primeiro-ministro – foi justificado por motivos de falta «de lealdade e de verdade» por parte de Pedro Santana Lopes.

Em Vila Real, Santana Lopes, aparentemente surpreendido com a notícia da demissão de Henrique Chaves, limitou-se a referir: «não vou fazer nenhum comentário».

Também a Presidência da República preferiu o silêncio, considerando que se trata de um assunto «da exclusiva esfera do Governo e do ministro que pediu a demissão».

Henrique Chaves, considerado até agora um dos fiéis de Santana Lopes, tomou posse em Julho como ministro Adjunto do XVI Governo Constitucional, tendo sido afastado do cargo na quarta-feira, numa mini-remodelação em que passou a assumir a pasta da Juventude, Desporto e Reabilitação, áreas que já tutelava.

«Convidado para ministro-adjunto, nunca me foi dada oportunidade de exercer qualquer função ao nível da coordenação do Governo, própria das funções inerentes a esta pasta», pode ler-se no comunicado entregue na redacção da Agência Lusa.

Na mesma carta, Henrique Chaves revelou já ter tido a intenção de se demitir na quarta-feira, aproveitando a remodelação do Governo, mas afirma ter cedido aos pedidos feitos em nome da «índole patriótica» e da «instabilidade interpretável como irregular funcionamento das instituições».

Para permanecer no Governo, o ministro adiantou ainda ter tido a garantia de que «a remodelação resultaria de uma pressão de véspera, alegadamente por quem, para tanto, tem poder institucional» – uma referência ao Presidente da República.

Henrique Chaves referiu depois que descobriu posteriormente que os motivos que lhe foram invocados para permanecer no Governo afinal não corresponderiam à realidade.

Segundo o ex-membro do executivo, a remodelação de quarta-feira do executivo não fora feita na terça-feira e de forma improvisada, tendo antes sido delineada «semanas antes, de forma detalhada e reiterada».

Por outro lado, de acordo com Henrique Chaves, não se confirmou que a saída de um ministro poderia ser interpretada como um sinal irregular funcionamento das instituições, porque quinta-feira lhe foi comunicada a «intenção, alegadamente firme, de se proceder à demissão de um outro ministro».

Henrique Chaves não esclareceu quem será esse ministro.

Para sábado de manhã, esteve marcada a posse dos secretários de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, e da Juventude, Pedro Duarte, tutelados por Chaves, mas a cerimónia acabou por ser adiada por motivos de agenda do primeiro-ministro.

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