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Rajoy: "Não descarto nem deixo de descartar" um resgate de Espanha

"Não tomei nenhuma decisão", disse o presidente do governo espanhol. É a primeira vez que, de forma clara, Mariano Rajoy não nega um pedido de resgate aos parceiros europeus.

03 de Agosto de 2012 às 13:36
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"Não descarto nem deixo de descartar" um resgate. As palavras são de Mariano Rajoy, presidente do governo de Espanha, na primeira vez em que, de forma clara, não rejeita um pedido de resgate para ajudar o país a equilibrar as contas públicas espanholas.

"Faço o que considero melhor para os interesses dos espanhóis", disse Rajoy, durante a conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, a primeira em que comparece desde que tomou posse como presidente do governo espanhol.

"O governo do Banco Central Europeu [Mario Draghi] disse que os diferenciais [das taxas de juro implícitas da dívida ] da Europa são inaceitáveis. Isso é muito importante porque, antes, tinha dito exactamente o contrário", afirmou Rajoy, citado pelo "El País".

Como é que poderá o BCE ajudar Espanha? Rajoy não sabe. Para Mariano Rajoy, não é necessário pedir um resgate integral, depois do resgate à banca, já que estão a ser planeadas medidas para o evitar. "No entanto, não sabemos o que está a ser planeado. Não tomei nenhuma decisão", resumiu.

A afirmação de Rajoy de que "não descarta nem deixa de descartar" o resgate acontece um dia depois de Mario Draghi ter afirmado que vai comprar títulos de dívida de Espanha e Itália - com o intuito de baixar os custos de financiamento de ambos - só depois de estes países pedirem ajuda externa.

Mario Monti, primeiro-ministro italiano, admitiu ontem que não sabia se iria pedir um resgate para ajudar as finanças do país transalpino.

Medidas não são nem agradáveis mas não se pode discutir objectivo


Numa conferência em que falou dos cinco pilares que norteiam o trabalho do governo, Rajoy indicou que tem duas funções essenciais: corrigir o défice e fazer reformas. Do lado da União Europeia, há três questões a serem seguidas: o impulso às reformas na região, a resolução dos problemas de liquidez e de financiamento da economia para uma redução dos custos de financiamento e a garantia do futuro da Zona Euro.

Sobre a forma como vai corrigir o défice, Rajoy não tem dúvidas de que será complicada. "As medidas não são agradáveis, não são populares, estamos conscientes disso. Podem ser discutidas e pode opinar-se sobre elas, mas não se pode opinar nem discutir sobre a necessidade imperiosa de cortar o défice e aumentar as receitas e mostrar aos nossos parceiros que somos um país sério", afirmou Rajoy na conferência, citado pelo "El País".

"Nunca é bom gastar mais do que o se tem. E isso tanto se passa com uma família, com uma empresa, com as administrações públicas. Esse dinheiro tem de ser pedido", afirmou Rajoy, admitindo que a dívida externa é o grande calcanhar de Aquiles de Espanha, de acordo com o "El País".

"Estou absolutamente convencido de que Espanha vai superar esta situação. Feliz Verão a quem o poder aproveitar", concluiu Rajoy.

(Notícia actualizada pela primeira vez às 13h45)
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