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"PS vai pagar duramente estes anos de José Sócrates"

O ex-deputado e empresário Henrique Neto critica duramente José Sócrates, de quem diz que devia sair da liderança do PS. E diz que falta democraticidade interna no Partido Socialista.

08 de Fevereiro de 2011 às 08:52
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Henrique Neto, ex-deputado e empresário, critica José Sócrates, numa entrevista dada hoje ao jornal "i". Defende a saída de José Sócrates e não diaboliza uma possível intervenção do FMI.

Henrique Neto defende eleições primárias no PS – sem as quais os militantes têm pouco poder na escolha do líder do partido - e diz que António José Seguro devia avançar para uma candidatura.

"Se eu pudesse escolheria o António José Seguro sem nenhuma hesitação, porque o partido precisa de alguém que não seja um seguidor cego e que, como ele, tenha um pensamento próprio e mais estruturado", diz Henrique Neto, dizendo defender a saída de Sócrates da liderança do Partido e do Governo. A sua saída "era a única maneira de o PS não ficar durante muitos anos conotado com os erros que cometeu [Sócrates] nos últimos tempos".

"A partir do momento em que o PSD tiver acesso ao poder, o PS vai ser martirizado pelos erros cometidos e os portugueses vão ter uma consciência maior disso. O partido vai pagar duramente estes anos de José Sócrates. Os erros são tantos, e de tal maneira graves, que põem em causa a independência nacional". Henrique Neto vai mais longe e diz mesmo que "é impossível resolver qualquer problema com o José Sócrates à frente do poder. Nestas condições, qualquer solução é melhor que a actual".

E acusa Sócrates de centralizar o poder. "Ele hoje é o poder, os ministros não contam para nada. O partido não conta para nada. O que ele quer é o que se faz e o que ele quer infelizmente é quase sempre errado". Para Henrique Neto, a única alternativa para o PS era tomar consciência dos erros.

O ex-deputado aproveita, ainda, para criticar Almeida Santos, de quem diz controlar tudo na comissão nacional. "Só dá a palavra verdadeiramente a quem quer, corta a palavra, diz que não há tempo", além de que "as actas ou não são feitas ou não são votadas e não são votadas porque não correspondem minimamente àquilo que lá se passou".

Essas situações levam Henrique Neto e dizer que "Almeida Santos tem culpas enormes na falta de democraticidade interna do partido" e aponta o dedo: "há censura" no PS. "O presidente do PS, com o estatuto que tem, inibe as pessoas de dizerem aquilo que pensam e memo quando dizem há uma censura imediata. Há um clima de pessão".

Na entrevista ao "i", Henrique Neto diz ainda não esperar que o Presidente Cavaco Silva dissolva a Assembleia da República e diz que o problema não é o número de deputados existentes. "O problema é os deputados estarem lá e não fazerem nenhum".

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