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"Estado não quer ser dono dos bancos"

Primeiro-ministro voltou a deixar a garantia de que o Estado não se imiscuirá na gestão dos bancos que venham a fazer uso do envelope da ajuda externa destinado à sua recapitalização. A não ser na polítca de repartição de dividendos.

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“Parece-me difícil que toda a banca recorra às ajudas do Estado. Mas deixo a garantia que o Estado não tenciona imiscuir-se na gestão dos bancos nem ser dona desses bancos”, afirmou hoje o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho já neste fim-de-semana tinha assegurado, em declarações à margem da cimeira de Bruxelas, que o Estado seria um “parceiro silencioso” caso os bancos accionem o envelope de 12 mil milhões de euros destinado à sua recapitalização pelo programa de ajuda externa da UE e do FMI, e que forçará o Estado a tornar-se seu accionista.

“Adianto que na metodologia prevista, o Estado será um accionista passivo, embora possa deixar recomendações como na distribuição de dividendos. Porque o dinheiro é público, o Estado terá de o pagar mais tarde”, precisou, concretizando que o Conselho de Ministros da´"próxima semana" fechará o decreto que enquadrará uma eventual recapitalização dos bancos.

“Se essa intervenção vier a acontecer, o nosso objectivo é ser um accionista passivo para que os accionistas originais possam retomar logo que possível a propriedade do banco”, acrescentou o primeiro-ministro numa conferência organizada pelo Diário Económico.

Não obstante as garantias do Governo, os banqueiros portugueses continuam a assegurar não ter intenção de recorrer a esse envelope, embora a necessidade de contabilizar as perdas com dívida soberana europeia, em particular grega, mas também portuguesa, como deverá ser decidido na cimeira europeia de amanhã para os bancos do Velho Continente, os deva forçar a fazer uso desse mecanismo.

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