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«Portugal só deverá crescer no final da década»

Silva Lopes acredita que a economia portuguesa tem condições para começar a registar melhorias no final da década, mas não antes de 2009. «Apesar do meu pessimismo, temos condições para daqui a uns anos começar a crescer. Não este ano nem em 2007 nem se c

14 de Fevereiro de 2006 às 17:36
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Silva Lopes acredita que a economia portuguesa tem condições para começar a registar melhorias no final da década, mas não antes de 2009. «Apesar do meu pessimismo, temos condições para daqui a uns anos começar a crescer. Não este ano nem em 2007 nem se calhar em 2008», disse o economista e presidente do Montepio Geral, hoje, num almoço-debate da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa sobre a economia portuguesa.

Silva Lopes considera que parte desse crescimento resultará das políticas que o governo está a adoptar. "Estão a ser feitas reformas para que a melhoria da produtividade seja uma realidade daqui a algum tempo", afirmou, defendendo que Portugal precisa de um aumento da produtividade de pelo menos 3% ao ano. O economista assegurou não ser "propagandista deste Governo" mas elogiou as medidas que, "pela primeira vez", estão a ser tomadas, por exemplo, na educação e na justiça. E acrescentou que o choque tecnológico "é uma iniciativa indispensável", embora ainda se aguardem os resultados concretos.

José Silva Lopes lembrou a situação económica do país, referindo que "não é preciso o meu pessimismo conhecido para nós sabermos que a situação está mal". E mostrou-se preocupado com a concorrência vinda da China, dizendo mesmo que Portugal é provavelmente a principal vítima na Europa do "terramoto chinês".

O economista apontou o dedo à forma como tem sido feito o investimento em Portugal, lembrando que o que é preciso é investimento "de qualidade" e não de quantidade. E disse que, tanto na mão-de-obra como no capital, é aí que reside o problema.

O ex-governador do Banco de Portugal defendeu a atracção de mão-de-obra imigrante com mais qualificações. "Estamos a atrair imigrantes que ainda são mais incapazes do que nós. Continuamos a admitir gente iletrada ou quase, o que só vem aumentar a miséria em Portugal", afirmou Silva Lopes.

No que diz respeito ao investimento, criticou os critérios de selecção de investimento, quer público, quer privado. "Não há nenhum economista que não diga que o investimento nos estádios foi um disparate redondo", disse o economista. Quanto ao investimento privado, Silva Lopes lembrou que o baixo nível de formação de alguns empresários e, principalmente, os subsídios, distorcem muitas vezes os investimentos feitos. E questionou ainda se todo o investimento directo estrangeiro é efectivamente benéfico para a economia portuguesa, ou seja, se "a mais-valia para o País compensa os apoios que são dados".

Falta plano para redução da dependência do petróleo

Silva Lopes defendeu como "fundamental" para a economia portuguesa a substituição das importações de energia.

"Eu vejo outros países menos dependentes do petróleo preocuparem-se com isso e nós não. Ainda não vi uma política bem definida para que se dependa menos do petróleo", disse o economista. E refere o exemplo da energia nuclear: "Já deveríamos estar a discutir o nuclear nesta altura".

Mas esclarece que, independentemente das energias alternativas que se utilize, a produção interna de energia deveria ser uma das prioridades em Portugal.

 

 

 

 

 

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