Notícia
Países nórdicos deverão enfrentar crise no sector imobiliário
Finlândia poderá até vir a evidenciar uma bolha, enquanto a Suécia deverá registar perdas do valor das habitações em um quinto.
Os riscos na compra de casa nos países nórdicos são maiores agora do que eram antes da crise do crédito. Segundo o Royal Bank of Scotland, as famílias estão mais endividadas além de estarem também mais expostas às alterações da taxa de juro. O endividamento das famílias actual eleva as preocupações face aos perigos do sector, diz a Bloomberg. Na Suécia, o endividamento correspondia a 167 % do rendimento disponível das famílias, quando há dez anos estava nos 104%. Da mesma forma, a Finlândia passou de 65% para 107% neste rácio no mesmo período, enquanto a Noruega deve ver o endividamento subir para 197% de 2005 até ao fim deste ano.
No entanto, o país pode vir a enfrentar uma quebra no sector. O director do Conselho de Garantia do Crédito à Habitação, Lars Magnusson, afirmou que as casas iriam perder um quinto do seu valor nos próximos cinco anos. Um analista do Royal Bank of Scotland afirmou que “uma queda de 20% poderia ser fulcral no desenvolvimento de uma recessão em W”, acrescentando que ela pode “ocorrer em qualquer altura desde que as condições do crescimento internacional se deteriorem”.
As mudanças das taxas de juro são outro problema para o sector nestes países. O Banco norueguês elevou a taxa para 2% tentando evitar a diferença face às taxas de juro da zona Euro, que quanto maior for mais aumentam os ganhos da coroa, o que pode penalizar as exportações.
Por sua vez, o Riskbank Sueco aumentou de 0,25% para 0,5% a taxa de juro dizendo que os custos com os empréstimos precisavam de aumentar.
Já a taxa de 1%, definida pelo Banco Central Europeu, pode estar desalinhada com as necessidades económicas e pode dificultar a condução da economia nacional. Há avisos de que o país pode estar a formar uma bolha no mercado imobiliário. O ministro das Finanças, Jyrki Katainen, defende que “há o risco de que os custos com os empréstimos hipotecários estejam num nível muito baixo”.