Notícia
Medidas para conter vírus podem custar 700 mil milhões em todo o mundo, diz a Euler Hermes
As medidas tomadas pelos países da União Europeia e Estados Unidos para conter a propagação da covid-19 podem ter um custo global de 700 mil milhões de euros.
"O combate à pandemia covid-19 colocou a economia internacional em turbulência: o crescimento mundial, que a Euler Hermes já esperava que desacelerasse ligeiramente (2,4%, contra os 2,5% registados em 2019), está agora estimado em 0,8%", pode ler-se no comunicado enviado.
Mas o relatório desenha este cenário caso as medidas de contenção aconteçam apenas neste mês: "se as medidas se prolongarem por mais um mês, a fatura sobe. Na Europa, por exemplo, o impacto no PIB será de -4,4%. A Euler Hermes estima que cada mês de medidas de contenção impacte entre 20 e 30% o crescimento das economias".
Antes do surgimento deste novo vírus, a companhia de seguros já previa um abrandamento na economia em todo o mundo, mas a covid-19 veio dar-lhe força, refere. O atual surto está a colocar as economias e as empresas sob uma grande pressão e a Euler Hermes aponta agora para um aumento de 14% das insolvências de empresas em todo o mundo durante o ano de 2020, sendo que 16% do total deverá acontecer na Europa Ocidental.
Quanto ao volume de negócios das empresas europeias, o relatório aponta para uma quebra de entre 15% e 25% até ao pico da crise, no final de março e as margens operacionais podem decrescer entre 1 e 1,5 pontos percentuais.
"Apesar das intervenções dos governos para apoiar empresas (adiamentos de impostos, empréstimos, garantias estatais, etc.), que deverão ajudar a limitar os danos, o atual contexto de bloqueio da economia poderá levar à falência cerca de 7% das PME e mid-capsda Zona Euro – cerca de 13 mil negócios", adianta.
A companhia de seguros conclui que "assumindo que as medidas de contenção são bem-sucedidas, espera-se uma recuperação em "U" da atividade económica no segundo semestre de 2020. Contudo, a recuperação rápida não se aplicará a todos os setores, especialmente aos de retalho e turismo, que têm uma evolução mais lenta".