Manuel Conthe explicou esta manhã perante a Comissão de Economia do Congresso espanhol os motivos que o levam a abandona a presidência da Comissão Nacional de Mercado de Valores de Espanha. Conthe afirmou que vai apresentar a demissão em "breve" e de forma "irrevogável".

Na base desta decisão está o facto do Conselho da CNMV ter optado por não sancionar a Enel e a Acciona depois das duas empresa terem apresentado de forma indevida uma oferta sobre a Endesa, segundo a edição "online" do "El Pais". Conthe pediu ainda a demissão do vice-presidente da entidade, Carlos Arenillas, por duvidar da sua independência face ao Governo espanhol.

O ainda presidente da CNMV pediu "desculpa" pela falha cometida pelo Conselho do regulador no passado dia 2 de Abril e que acabou por prejudicar a eléctrica germânica E.ON. Nesse dia, o Conselho da CNMV recusou sancionar a Enel e a Acciona por terem lançado de forma indevida uma OPA sobre a Endesa. Recorde-se, que nessa altura a Endesa estava a ser alvo de uma oferta por parte da empresa alemã e a Enel e a Acciona estavam impedidas de lançar uma oferta no prazo de seis meses a contar do fim da OPA da E.ON. Esta decisão tinha partido do próprio Conselho da CNMV a 23 de Março. Conthe acusa o Conselho de não ter dado seguimento à sua decisão.

"Apesar do aviso do Conselho, a Enel e a Acciona tornaram pública a sua oferta", afirmou o presidente da CNMV.