Notícia
Lula pede aos EUA para que "não virem o mundo numa bagunça"
O presidente Lula da Silva garante que o Brasil não tem interesse numa confrontação com os Estados Unidos e pediu à Administração de Barack Obama para que negocie rapidamente um acordo que permita esvaziar as retaliações comerciais, que Brasília prevê accionar dentro de 30 dias.
O presidente Lula da Silva garante que o Brasil “não tem interesse numa confrontação com os Estados Unidos” e pediu à Administração de Barack Obama para que “negocie rapidamente” um acordo que permita esvaziar as retaliações comerciais, que Brasília prevê accionar dentro de 30 dias.
O apelo foi, porém, acompanhado de uma advertência: ou os EUA, e os demais países, obedecem às instituições multilaterais “ou o mundo vai virar uma bagunça”.
“Eu queria pedir ao companheiro Obama que colocasse as suas pessoas para negociar rapidamente. O Brasil não tem nenhum interesse numa confrontação com os Estados Unidos”, sublinhou ontem à tarde o presidente brasileiro.
O conflito comercial foi deflagrado na sequência dos subsídios pagos pelos Estados Unidos a seus produtores de algodão, tendo o Brasil obtido em Novembro último “luz verde” da Organização Mundial de Comércio (OMC) para retaliar importações norte-americanas, após uma disputa inconclusiva que se arrastou ao longo de sete anos.
Mas a decisão do Brasil de desencadear retaliações comerciais contra importações norte-americanas está a azedar as relações entre as duas maiores economias do continente americano.
Um porta-voz do Departamento norte-americano do Comércio lamentou nesta semana a iniciativa de Brasília, sublinhando que Washington está “decepcionada” com as medidas de retaliação, mas que, ainda assim, mantém viva a esperança num acordo extra-judicial.
As declarações foram feitas após a divulgação na segunda-feira da lista dos 102 produtos norte-americanos que deverão começar a pagar, dentro de 30 dias, uma sobre-taxa para entrar no Brasil, no valor total de 591 milhões de dólares.
Os produtos visados são sobretudo de consumo final, tendo o Brasil deliberadamente evitado colocar na “lista negra” bens que possam comprometer o sector produtivo do país. A lista, assim como o valor envolvido, é relativamente simbólica, incluindo escovas de dentes e electrodomésticos.
Mas o potencial de atrito político é enorme, numa altura em que os Estados Unidos criticam Lula da Silva por tão pouco apoiar o estabelecimento de sanções económicas ao Irão, para pressionar o país a pôr travões ao seu programa de enriquecimento de urânio.
"O Brasil tem interesse em que os Estados Unidos respeitem as decisões da OMC, tanto quanto o Brasil respeitará quando a OMC decidir contra nós. Ou nós obedecemos as instituições multilaterais ou o mundo vai virar uma bagunça”, advertiu Lula.
Segundo o presidente, os subsídios norte-americanos não prejudicam tanto os produtores brasileiros, mas sobretudo os produtores de algodão dos países africanos.
“Quem precisa que os americanos diminuam os subsídios do algodão não é o produtor brasileiro, porque nós temos competência, terra, sol, água e tecnologia para competir com americano, com chinês e com francês. Quem não tem são os pobres dos países africanos, que ainda não receberam a tecnologia dos países ricos”, argumentou.
O apelo foi, porém, acompanhado de uma advertência: ou os EUA, e os demais países, obedecem às instituições multilaterais “ou o mundo vai virar uma bagunça”.
O conflito comercial foi deflagrado na sequência dos subsídios pagos pelos Estados Unidos a seus produtores de algodão, tendo o Brasil obtido em Novembro último “luz verde” da Organização Mundial de Comércio (OMC) para retaliar importações norte-americanas, após uma disputa inconclusiva que se arrastou ao longo de sete anos.
Mas a decisão do Brasil de desencadear retaliações comerciais contra importações norte-americanas está a azedar as relações entre as duas maiores economias do continente americano.
Um porta-voz do Departamento norte-americano do Comércio lamentou nesta semana a iniciativa de Brasília, sublinhando que Washington está “decepcionada” com as medidas de retaliação, mas que, ainda assim, mantém viva a esperança num acordo extra-judicial.
As declarações foram feitas após a divulgação na segunda-feira da lista dos 102 produtos norte-americanos que deverão começar a pagar, dentro de 30 dias, uma sobre-taxa para entrar no Brasil, no valor total de 591 milhões de dólares.
Os produtos visados são sobretudo de consumo final, tendo o Brasil deliberadamente evitado colocar na “lista negra” bens que possam comprometer o sector produtivo do país. A lista, assim como o valor envolvido, é relativamente simbólica, incluindo escovas de dentes e electrodomésticos.
Mas o potencial de atrito político é enorme, numa altura em que os Estados Unidos criticam Lula da Silva por tão pouco apoiar o estabelecimento de sanções económicas ao Irão, para pressionar o país a pôr travões ao seu programa de enriquecimento de urânio.
"O Brasil tem interesse em que os Estados Unidos respeitem as decisões da OMC, tanto quanto o Brasil respeitará quando a OMC decidir contra nós. Ou nós obedecemos as instituições multilaterais ou o mundo vai virar uma bagunça”, advertiu Lula.
Segundo o presidente, os subsídios norte-americanos não prejudicam tanto os produtores brasileiros, mas sobretudo os produtores de algodão dos países africanos.
“Quem precisa que os americanos diminuam os subsídios do algodão não é o produtor brasileiro, porque nós temos competência, terra, sol, água e tecnologia para competir com americano, com chinês e com francês. Quem não tem são os pobres dos países africanos, que ainda não receberam a tecnologia dos países ricos”, argumentou.