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Lajes: Empresários da ilha Terceira lamentam "fracasso" das negociações com os EUA

A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) lamentou que as negociações com os Estados Unidos sobre a Base das Lajes tenham resultado num "fracasso", alertando para as consequências da redução para a economia da ilha Terceira.

08 de Janeiro de 2015 às 20:15
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"Lamentamos que as negociações que decorreram envolvendo o Governo Regional e o Governo da República se tenham saldado por um enorme fracasso e não tenham conseguido demover os EUA das suas intenções iniciais. Assim, e tal como esperado, será a região, e principalmente a ilha Terceira, em concreto o concelho da Praia da Vitória, a arcar com os custos directos e indirectos de tal decisão", salientou a associação empresarial, num comunicado de imprensa.

 

Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram hoje uma redução gradual dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes, nos Açores, de 900 para 400 pessoas ao longo deste ano, e os civis e militares norte-americanos passarão de 650 para 165.

 

Para a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo - que representa empresários de toda a ilha -, confirmaram-se os "piores cenários" para a ilha Terceira, onde o impacto na economia será "na ordem dos 10% do PIB [Produto Interno Bruto]".

 

Os empresários rejeitam, no entanto, qualquer responsabilidade no que consideram ter sido um "fracasso" nas negociações com os Estados Unidos, alegando que tentaram encontrar alternativas.

 

A CCAH lembrou no comunicado que visitou o Pentágono e as bases encerradas de Branswick, no Maine, e Cecil Field, em Jacksonville, na Florida, em 2013, e elaborou um relatório, apresentado ao Governo Regional dos Açores, acrescentando que, na altura, se disponibilizou para delinear "um plano alternativo" em conjunto com as entidades governativas.

 

No entanto, segundo a associação empresarial, o executivo açoriano disse que se deveriam canalizar esforços para evitar a redução do efectivo militar norte-americano na Base das Lajes, considerando que uma solução alternativa poderia "enfraquecer essa posição".

 

"Assim sendo, a CCAH ficou incapacitada de desenvolver uma estratégia que considerava mais adequada. Ficam os promotores das negociações, Governo Regional e Governo da República com o ónus do fracasso das mesmas", pode ler-se no comunicado.

 

O relatório elaborado pela CCAH, em 2013, já previa, segundo o comunicado, que "o processo poderia sofrer atrasos mas seria irreversível". Por isso, a associação empresarial questiona agora "quais as medidas que se pretendem ver adoptadas para colmatar os impactos negativos que aí se advinham".

 

A câmara do comércio oferece-se, ainda assim, para "integrar e promover um plano urgente de contingência que permita reconverter" a Base das Lajes.

 

"A posição geográfica do arquipélago, e em concreto da Base das Lajes, as condições aeroportuárias proporcionadas pela infra-estrutura existente, a sua proximidade a um porto com potencial geoestratégico fazem deste dossiê um assunto importantíssimo, não só para atenuar os impactos negativos, como também para estabelecer as premissas de dinâmica logística no Atlântico Norte", salientam os empresários. 

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