Jim Rogers, presidente da Rogers Holdings e que co-fundou com George Soros o Fundo Quantum, afirmou hoje que não investe na Rússia em parte porque se trata de um país "instável" e que poderá fragmentar-se. O famoso investidor está mesmo a pensar em "shortar" no rublo.

“Há grandes hipóteses de a Rússia continuar a desintegrar-se em mais do que um país”, disse aquele responsável em entrevista à Bloomberg TV, declarando que não se sente nada optimista em relação à estabilidade daquele país. A queda de cerca de dois terços, em seis meses, dos preços do crude, que é a maior fonte de receitas de exportação da Rússia, está a contribuir para enfraquecer a economia do país.

Esta descida das cotações do “ouro negro” obrigou o banco central a recorrer a mais de um terço das suas reservas em moeda estrangeira, que eram as maiores do mundo depois da China e do Japão. Isto levou a uma desvalorização do rublo, que perdeu 35% contra o dólar desde a guerra de cinco dias da Rússia na Geórgia, em Agosto. Desde então, os investidores já retiraram do país 290 mil milhões de dólares, de acordo com dados do BNP Paribas citados pela Bloomberg.

Rogers criticou o banco central russo por anunciar, na semana passada, que defenderia o rublo se este caísse para 41 face a um cabaz composto a 55% por dólares e a 45% por euros – situação que hoje se verificou no mercado cambial.

“Vou começar a pensar melhor em apostar contra a moeda”, comentou Jim Rogers. Recorde-se que o “short selling” (também conhecido por vendas curtas ou tomada de posições curtas) permite tirar partido da queda dos activos.