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Importância e influência das redes sociais nas eleições de Angola é relativa, diz jornalista

Reginaldo Silva explica que impacto limitaodo das redes sociais se deve a um "nível ainda muito grande de infoexclusão" no país.

Bloomberg
22 de Agosto de 2022 às 10:44
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O jornalista angolano Reginaldo Silva desvalorizou, em declarações à Lusa, a importância que é dada em Angola às redes sociais.

"Nós temos um nível ainda muito grande de infoexclusão em Angola. Apesar dos números, mesmo aqueles que estatisticamente possam ser próximos da realidade, na prática, o facto de se ter um telemóvel ou acesso à Internet não define tudo, porque depois não há dinheiro para comprar o saldo de dados e por aí adiante", considera.

Todavia, Reginaldo Silva, membro do Conselho Diretivo da Entidade Reguladora de Comunicação em Angola (ERCA), reconhece influência às redes sociais.

"As redes sociais já são desde há muito tempo, de facto, um refúgio, entre aspas, não só da juventude, mas de todos nós que temos acesso à Internet", porque, justifica, se sente "que há redes sociais que, pela variedade e pela diversidade de informação que possibilitam (...) era muito difícil ignorar a importância ou passar a lado das redes sociais".

Para o conselheiro da ERCA, a imprensa continua a ter a sua importância e a sua relevância relativamente às redes sociais é aferida pela infoexclusão em regiões do interior de Angola.

"Existe de facto uma zona de infoexclusão, inclusivamente no interior. Às vezes há comunidades, que não são assim tão poucas, que nem acesso a rádio tem. Se têm rádios não têm pilhas, quando têm rádio, não há eletricidade", exemplifica.

A influência das redes sociais em Angola é reconhecida pelo economista Jonuel Gonçalves como "determinante".

"Vamos considerar que se 20% da população tem acesso às redes sociais, isso vai fazer uma diferença enorme", devido à partilha de ficheiros e mensagens, defende, destacando os jovens e pessoas ligadas às igrejas que "têm uma capacidade de multiplicação muito grande". 

Mais de 14 milhões de angolanos, incluindo residentes no estrangeiro, estão habilitados a votar em 24 de agosto, na que será a quinta eleição da história de Angola.

Os 220 membros da Assembleia Nacional angolana são eleitos por dois métodos: 130 membros de forma proporcional pelo chamado círculo nacional, e os restantes 90 assentos estão reservados para cada uma das 18 províncias de Angola, usando o método de Hondt e em que cada uma elege cinco parlamentares.

Desde que entrou em vigor a Constituição de 2010 que não se realizam eleições presidenciais, sendo o Presidente e o vice-presidente de Angola os dois primeiros nomes da lista do partido mais votado no círculo nacional.

No anterior ato eleitoral, em 2017, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) obteve a maioria com 61,07% dos votos e elegeu 150 deputados, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) conquistou 26,67% e 51 deputados.

Seguiram-se a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 9,44% e 16 deputados, o Partido de Renovação Social (PRS), com 1,35% e dois deputados, e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com 0,93% e um deputado.

A Aliança Patriótica Nacional (APN) alcançou 0,51%, mas não elegeu qualquer deputado.

Além destas formações políticas, na eleição em 24 de agosto estão ainda o Partido Humanista (PH) e o Partido Nacionalista da Justiça em Angola (P-Njango).
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