O Governo brasileiro ampliou o valor dos reajustes salariais para o funcionalismo público, quer para os colaboradores no activo quer para os aposentados, a fim de evitar uma greve geral marcada para 18 de Abril.

Os 905.848 funcionários federais e os aposentados terão aumentos acima da inflação em 2003. Na semana passada, o Governo havia anunciado reajustes salariais diferenciados e acima da inflação para quase 600 mil funcionários, mas os reformados teriam reajuste menor, em torno de 7%, o que provocou protestos.

O Governo propõe agora aumentos entre 12,8% a 32,27% para os trabalhadores no activo e entre 9,5% a 29,38% para os aposentados. O Executivo brasileiro utilizará a arrecadação excendente que obteve em Janeiro e Fevereiro, um valor 800 milhões de reais (230 milhões de euros), para pagar estes aumentos.

O Executivo liderado por Lula tenta evitar, com esta proposta, uma greve geral, que somado às invasões de propriedades e críticas da oposição o deixam mais vulnerável.

De acordo com uma pesquisa do Ibope feita entre 27 e 31 de Março, a popularidade do Lula sofreu uma nova queda. A avaliação de óptimo e bom foi de 28% e na semana anterior havia sido de 34%. O índice dos que aprovam a gestão do presidente caiu de 54% para 51%.

O caso de corrupção de Waldomiro Diniz, assessor do ministro, braço direito de Lula foi o motor deste descontentamento. A oposição já anunciou que o período de tréguas terminou e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem aproveitado para publicar artigos de opinião e fazer declarações à imprensa sobre a falta de projecto político de longo prazo do governo de Lula. No final do ano, há eleições autárquicas no Brasil.

*correspondente no Brasil