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Geithner: Estados Unidos não podem ser a única fonte de crescimento (act.)

O secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, disse hoje em Washington que a crise europeia ensombra os Estados Unidos e que o seu país não pode ser a única fonte de crescimento com que o mundo pode contar. Até porque esse crescimento está a ser "demasiado lento".

22 de Setembro de 2011 às 14:47
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Timothy Geithner (na foto) considera que a crise da Zona Euro vai muito além da Grécia e que projecta uma nuvem sobre os Estados Unidos. Por isso, sublinha, os EUA têm um grande interesse na resolução desta crise.

O secretário norte-americano do Tesouro salientou também que a Europa enfrentará “anos de pressão sobre alguns governos”, mas escusou-se a comentar um possível “default” da Grécia. No entanto, aproveitou para citar a chanceler alemã, Angela Merkel, que disse que a Grécia não será um novo Lehman Brothers – o banco norte-americano que apresentou falência a 14 de Setembro de 2008.

Geithner destacou igualmente que a Europa irá actuar "com mais firmeza" à medida que lida com a crise da dívida soberana. "Veremos que eles actuarão com mais firmeza nas próximas semanas e meses, mas trata-se de um desafio difícil, pois não é uma mera questão de apoio financeiro", disse. "O apoio financeiro é uma condição necessária, mas não basta. É preciso avançar com reformas, que devem ser implementadas pelos governos, para que os investidores tenham um incentivo para permanecer", acrescentou.

A propósito da sua presença na reunião da semana passada, na Polónia, dos ministros das Finanças da Zona Euro, Geithner declarou que não foi ideia sua. “Fui convidado”, afirmou, citado pela Bloomberg.

Nessa reunião do Eurogrupo, Geithner apelou aos governos europeus para darem mais estímulos à região, mas os seus congéneres disseram que isso estava fora de questão. Os ministros das Finanças da Zona Euro realçaram que a crise da dívida, que dura há um ano e meio, não deixa margem para a redução de impostos ou para gastos adicionais destinados a revitalizar uma economia à beira da estagnação.

“Não vemos qualquer margem de manobra na Zona Euro que nos permita lançar novos pacotes de estímulo orçamental. Isso não será possível”, disse nessa ocasião o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

Hoje, Geithner referiu também que a Europa precisa de melhores alicerces financeiros, mas mostrou-se confiante de que os países da região conseguirão delinear os acordos financeiros de que precisam. Além disso, sublinhou que o FMI dispõe de uma “capacidade substancial para ajudar”. “Os Estados Unidos não podem ser a única fonte de crescimento para o mundo”, afirmou.

Relativamente ao crescimento dos EUA, o secretário do Tesouro estima-o em 2%, dizendo que é “demasiado lento”. Mas aproveitou para referir, a propósito das previsões de crescimento dos Estados Unidos por parte do FMI, que as estimativas do Fundo “são sempre sombrias”.

Estas declarações prudentes em relação à economia norte-americana vão ao encontro daquilo que saiu ontem da reunião da Fed. Em comunicado, a Reserva Federal advertiu para os “significativos riscos de contracção” com que o país se depara em termos de perspectivas económicas.

Timothy Geithner declarou ainda que os choques decorrentes da subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais e dos apuros do Japão após o tsunami estão a diminuir.

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