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G7 quer reduzir "dependência excessiva" da China e assegurar medidas para garantir a estabilidade financeira

As sete economias mais desenvolvidas querem reduzir a dependência em relação à China e garantir relações económicas sustentáveis com o gigante asiático. A declaração final, da reunião deste sábado, frisa a necessidade de assegurar a estabilidade financeira.

DR
20 de Maio de 2023 às 13:18
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O grupo das sete economias mais desenvolvidas (G7) anunciou hoje que quer reduzir a "dependência excessiva" da China em setores críticos, mas sem por em causa o desenvolvimento económico chinês.

Na declaração final da cimeira realizada na cidade japonesa de Hiroxima, os líderes do G7 defendem que uma economia resiliente "requer que sejam eliminados riscos e requer diversificação" e afirmam a necessidade de dar passos nesse sentido individualmente em cada uma das economias nacionais e também como grupo.

A declaração do G7 sublinha que a orientação defendida "não pretende prejudicar" Pequim nem impedir o progresso e o desenvolvimento económico da China, com o grupo a defender que "uma China em crescimento, a jogar segundo as regras internacionais é do interesse global".

O documento final do bloco económico que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE) foi publicado um dia antes do previsto e aponta "políticas e práticas comerciais da China que contrariam a economia de mercado"

"Para permitir relações económicas sustentáveis com a China e fortalecer o sistema de comércio internacional, faremos pressão para que exista igualdade de condições entre os nossos trabalhadores e empresas", afirma o G7 no documento, em que manifesta também empenho em enfrentar os "desafios" colocados pelas práticas comerciais da China que "distorcem a economia global".

"Combateremos práticas maliciosas como a transferência ilegítima de tecnologia ou a divulgação de dados confidenciais", afirma o bloco económico no texto.

Garantir a estabilidade financeira

Os líderes prometeram, por outro lado, adotar "as medidas necessárias" para manter a estabilidade financeira e mostraram-se flexíveis nas políticas macroeconómicas para encarar as incertezas na economia.

Na declaração hoje publicada, o G7 manifestou confiança na resiliência do sistema financeiro, apesar de "múltiplos abalos", como a pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e a inflação, salientando a necessidade de permanecer vigilante.

O G7 prometeu procurar políticas de crescimento que "apoiem a sustentabilidade fiscal e a estabilidade de preços a médio prazo".

Os países reconheceram que "a inflação continua em alta", ressalvando que os bancos centrais continuam comprometidos com as suas políticas para estabilizar os preços.

O fórum multinacional, que está reunido em Hiroxima, Japão, dedicou um ponto à transformação do setor financeiro, incluindo a digitalização bancária, que espera abordar com mais detalhe no futuro.

Os países mais industrializados do mundo pretendem aproveitar os benefícios do digital e conhecer os "potenciais riscos".

O G7 propôs ainda explorar formas de robustecer o atual sistema financeiro após o recente episódio de falência de várias instituições financeiras regionais dos Estados Unidos e os problemas no banco suíço Credit Suisse.

Os criptoativos são outra das dores de cabeça do grupo, que acredita que "vigilância, regulamentação e supervisão eficazes são cruciais" para enfrentar os riscos, enquanto apoia a "inovação responsável".

Os líderes do grupo que reúne Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos mais a União Europeia expressaram também preocupação com os "sérios desafios" da sustentabilidade da dívida, especialmente entre economias médias e pequenas, e a necessidade de criar agências para responder a potenciais problemas.

A declaração final dos líderes do G7 foi divulgada pouco depois da publicação de outro documento, sobre "coerção económica", em que, sem mencionarem qualquer país, condenavam a utilização como "arma" das capacidades exportadoras e a sua instrumentalização como ferramenta política.
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