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Europa pode ter muito a perder na guerra comercial EUA-China, avisa BCE

Taxas de juro têm margem para descer mais, diz o membro do principal orgão de decisão do Banco Central Europeu Piero Cipollone. O responsável avisa para o impacto da guerra comercial, mas desvaloriza eventuais tarifas dirigidas à Europa e afasta uma recessão.

Christine Lagarde espera um “verão animado” de indicadores. BCE está atento à evolução dos salários, das margens e da produtividade.
Friedemann Vogel/Epa
06 de Fevereiro de 2025 às 11:23
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As taxas de juro do Banco Central Europeu têm margem para cair mais à medida que a inflação se torna mais moderada, diz o membro do Conselho do BCE Piero Cipollone.

Em entrevista à Reuters, o responsável considera que a guerra comercial dos Estados Unidos com a China pode ter um impacto prejudicial nos 20 países da moeda única.

"Concordamos que há espaço para ajustar as taxas de juro em baixa", disse Piero Cipollone. "Estamos quase a atingir o objetivo e ainda estamos em território restritivo".

As taxas de juro já desceram cinco vezes desde junho e os investidores apostam em pelo menos mais três cortes este ano, mas o responsável não se compromete com um novo corte em março. Diz, no entanto, que os fundamentais da economia não se alteraram, pelo que há margem para seguir a trajetória de descidas.

"O que me preocupa mais é se o Presidente Trump avança numa guerra comercial total com a China", disse. "Essa ameaça é mais séria porque a China tem 35% da capacidade industrial do mundo".

Os Estados Unidos avançaram com a imposição de tarifas de 10% sobre produtos chineses e o responsável admite que as restrições no acesso aos Estados Unidos levem a China a dirigir produtos de baixo preço para a Europa, comprometendo o crescimento.

No entanto, Piere Cipollone desvaloriza o impacto de eventuais tarifas sobre a União Europeia, admitindo que as empresas possam cortar custos usando a margem de lucro e que o enfraquecimento do euro contra o dólar possa amortecer o impacto.

Além disso, argumenta, o mercado de trabalho está-se a aguentar, o consumo deverá recuperar e a taxas de juro estão a fazer efeito.

"Não temos uma economia pujante mas não espero uma recessão", disse, em entrevista à agência de notícias.

 

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