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Economistas dos EUA prevêem recessão até ao final de 2020
Dois terços dos economistas nos EUA antecipa que haverá uma recessão até ao final de 2020, e diversos entrevistados afirmam que a política comercial é o maior risco para o crescimento, de acordo com uma nova pesquisa.
Cerca de 10% dos entrevistados considera que a próxima contracção começará em 2019, 56% diz que será em 2020 e 33% aponta para 2021 ou depois, de acordo com uma pesquisa realizada com 51 analistas entre os dias 28 de Agosto e 17 de Setembro e divulgada pela Associação Nacional de Economia Empresarial.
41% dos entrevistados considera que o maior risco para o crescimento é a política comercial. 18% menciona as taxas de juro mais altas, e uma proporção semelhante cita um declínio substancial ou a volatilidade no mercado de acções.
"As questões comerciais estão claramente a influenciar os pontos de vista dos economistas", explica David Altig, director de pesquisa da Reserva Federal de Atlanta e da Nabe, no comunicado que acompanha o relatório.
O período de crescimento, que em Maio se tornou o segundo mais longo da história, ainda parece resiliente, porque não há grandes sinais de alerta e os responsáveis da Fed elevaram as suas projecções para este ano e para o próximo.
Caso dure, em meados de 2019 a expansão dos EUA tornar-se-á a mais longa do país, com base nos números da Agência Nacional de Pesquisa Económica dos EUA que remontam à década de 1850.
Exceptuando os receios relativos ao comércio, os economistas estão um pouco mais optimistas em relação a este ano. A média das projecções para o crescimento do PIB ajustado à inflação subiu de 2,8%, em Junho, para 2,9%, actualmente. As estimativas para 2019 continuam a apontar para uma subida do PIB de 2,7%.
Num tom mais positivo, 33% dos entrevistados disse que o maior motor potencial de um desempenho económico mais forte é a reforma fiscal, 27% cita ganhos salariais mais fortes e 10% menciona o crescimento global mais forte.
Os entrevistados indicaram ainda que esperam que a Fed aumente os juros mais uma vez este ano e três vezes em 2019, conforme previsto pelos responsáveis da autoridade monetária.