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Domínio masculino em Davos tem os dias contados

O Fórum Económico Mundial, que todos os anos tem lugar em Davos, na Suíça, reúne os políticos e empresários mais poderosos. Ou melhor, os homens mais influentes do mundo. A presença feminina continua a ser diminuta. Mas o domínio masculino pode ter os dias contados. Será?

Domínio masculino em Davos tem os dias contados
13 de Janeiro de 2011 às 20:22
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A organização do Fórum Económico Mundial (FEM) quer impor uma quota às empresas representadas. Pela primeira vez será exigido que os 100 "parceiros estratégicos" do FEM incluam uma mulher por cada cinco delegados presentes no evento, que este ano tem início a 26 de Janeiro.

"Há poucas mulheres chefes de Estados ou CEO. Esta é uma tentativa de caminhar no sentido de uma paridade de géneros em termos de participação", afirmou Saadia Zahidi, líder do grupo de paridade de géneros no FEM, à "Reuters".

Saadia Zahidi sublinhou que menos de 3% dos CEO das 500 empresas do Fortune Global são mulheres, apenas 15% são ministras ou parlamentares e menos de 20% são presidentes da república ou primeiras-ministras.

Zahidi revelou à "Reuters" que o FEM quer aumentar a percentagem de mulheres para 20%, dos actuais 15% e espera com esta medida diversificar o debate. "Qualquer forma de diversidade deverá levar as perspectivas mais inclusivas e frontais. Nas empresas, as equipas mais diversificadas tomam melhores decisões", afirmou Saadia Zahidi.

Mulheres em Davos

Na edição de 2009 do FEM, Ana Patricia Botin (na foto), presidente do Banco Espanol de Credito, e Indra Nooyi, presidente e CEO da Pepsi, foram das poucas mulheres a marcar presença em Davos.

"A ausência de um equilíbrio entre homens e mulheres na estrutura de liderança do FEM – que decide quais os tópicos que vão ser debatidos e as pessoas que vão ser convidadas – sugere que a própria organização não entrou no século XXI", referia na altura o "site" do "The Times”.

No conselho fundador do FME, há apenas quatro mulheres, num total de 22 pessoas, e nenhuma no conselho de gestão, que é responsável pelas operações e gestão do FEM. Entre os 10 directores séniores apenas dois são mulheres.

Esta situação levou um grupo de mulheres a criar o seu próprio Davos: "Women's Forum for the Economy & Society". Este fórum tem lugar desde 2005 em Deauville, França, e visa "promover a visão das mulheres em assuntos económicos e sociais chave da nossa era". Em 2007, foi considerado pelo "Financial Times" com o quinto fórum mais influente do mundo.

Mulheres: uma grande oportunidade económica

Segundo estudos realizados pela McKinsey, Goldman Sachs, Catalyst e outras empresas, "as mulheres são uma grande oportunidade económica perdida".

Talento

E porquê? Há três razões. Primeiro, as economias beneficiariam de uma melhor utilização do talento feminino. Desde 2000, as mulheres preencheram seis dos oito milhões de novos trabalhos criados na União Europeia e representam 59% dos licenciados.

Um estudo da Women & Work Commission, realizado em 2006, concluiu que o Reino Unido podia gerar 23 mil milhões de libras (2% do PIB) se aproveitasse melhor o talento das mulheres.

Liderança

Em segundo lugar, as empresas com maior número de mulheres nos seus conselhos de administração (CA) têm melhor desempenho que as outras com menos representação feminina em lugares de topo.

Um estudo realizado pela Catalyst, em 2007, em empresas que fazem parte da "Fortune 500", concluiu que as empresas com três ou mais mulheres no CA têm um retorno por acção 83% superior. Essas empresas têm ainda um retorno de vendas 73% superior.

Mercados

Por último. As empresas tendem a esquecer a influência crescente que as mulheres têm como consumidoras. Nos Estados Unidos, por exemplo, as mulheres realizam 80% das decisões de compra.
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