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Défice externo até março atinge máximos desde o início do século

Os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o défice da balança comercial de bens aumentou 1.290 milhões de euros em março, face ao mesmo mês de 2021

As empresas ganharam quota em Espanha e França, mas perderam na Alemanha, que é o terceiro maior cliente dos bens portugueses.
Paulo Duarte
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Embora as exportações de bens tenham crescido 18,2% no primeiro trimestre, Portugal continua a comprar mais ao estrangeiro do que a vender. A tendência agravou-se com o conflito na Ucrânia e a subida da inflação, que levou a um encarecimento dos bens importados e a um menor apetite dos principais parceiros comerciais pelas exportações portuguesas. A confirmar isso, o défice comercial de bens disparou para 6.646 milhões de euros até março, um valor que não se via desde pelo menos o ano 2000.

Os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o défice da balança comercial de bens aumentou 1.290 milhões de euros em março, face ao mesmo mês de 2021, atingindo 2.415 milhões de euros.

Contas feitas, o défice comercial acumulado, desde o início do ano até março, atingiu um valor superior ao atingido durante a crise de 2011, que levou o país a pedir ajuda internacional. Nessa altura, o défice foi de 4.801 milhões, quase menos 2 mil milhões do que o deste ano. Esse agravamento do défice comercial deverá adiar a esperada correção da balança comercial para mais tarde, podendo ficar apenas para o ano que vem.

Excluindo o peso dos combustíveis e lubrificantes, o défice foi 1.447 milhões, mais 599 milhões de euros relativamente a março de 2021. Isso revela que a subida dos preços dos combustíveis explica grande parte do défice comercial de bens registado no primeiro trimestre. Além disso, tendo em conta que março foi o primeiro mês completo desde o início da guerra na Ucrânia, poderá estar já refletido nestes dados o impacto do conflito na economia nacional, ainda que Portugal não seja um dos principais parceiros comerciais da Ucrânia ou da Rússia.

No primeiro trimestre deste ano, as exportações aumentaram 18,2% e as importações cresceram 36,8% em relação a igual período de 2021. Comparando com o primeiro trimestre de 2020, as exportações e as importações aumentaram 25,6% e 29,0%, respetivamente. 

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