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DBRS avisa que incerteza na guerra comercial vai afetar decisões de investimento

A agência de rating diz que as tarifas anunciadas por Trump deverão abrandar o crescimento económico, aumentar os preços aos consumidores e empresas e diminuir a riqueza das famílias. "É provável que muitas empresas hesitem em realizar grandes investimentos a curto prazo", diz.

Mark Schiefelbein/AP
03 de Abril de 2025 às 15:49
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A DBRS Morningstar alertou esta quinta-feira que as tarifas "recíprocas" anunciadas pela Administração Trump, combinadas com as que já estão em vigor, "conduzirão a um crescimento mais lento e a uma inflação mais elevada nos EUA".

A agência de rating canadiana, que reconhece que "as tarifas anunciadas ontem são maiores do que o previsto", salienta ainda numa nota de research que "a atual incerteza em matéria de política comercial atuará como um obstáculo ao investimento e prejudicará as perspetivas de crescimento a curto prazo".

Em seu entender, o anúncio de Trump de novas tarifas sobre os parceiros comerciais dos EUA "representa uma escalada significativa na abordagem de confronto da administração norte-americana para o comércio".

"O plano tarifário, se implementado, deverá abrandar o crescimento económico, aumentar os preços para os consumidores e para as empresas e diminuir a riqueza das famílias", afirma Michael Heydt, vice-presidente sénior e líder setorial de "Global Sovereign Ratings", citado no research. Além disso, acrescenta, "muitas empresas provavelmente continuarão hesitantes em comprometer-se com grandes investimentos no curto prazo, já que é improvável que o anúncio das tarifas acabe com a incerteza política".

"Com a possibilidade de uma escalada ou diminuição significativa das taxas alfandegárias, o anúncio de 2 de abril é pouco provável que atenue a incerteza em torno da política comercial, que já está a afetar negativamente a empresas a tomarem decisões de investimento", acrescenta a DBRS, que sublinha que "as consequências económicas adversas repercutir-se-ão em todo o mundo". "Muitas empresas adiarão os seus planos de investimento até que haja uma maior visibilidade das políticas económicas dos EUA", aponta.

Na mesma nota diz ainda que "a subida dos preços irá travar o crescimento das despesas dos consumidores, agravado pelos efeitos negativos sobre a riqueza decorrentes de avaliações mais fracas do mercado acionista". 

"Se o principal objetivo da Administração for a relocalização da produção e o reforço da produção interna, os direitos aduaneiros poderão manter-se em vigor durante um período considerável", diz ainda, salientando que ao mesmo tempo a Casa Branca pareceu aberta a reduzir as tarifas aos países que diminuam as suas barreiras comerciais.

Em seu entender, o facto de a União Europeia e a China terem anunciado planos de retaliação "poderá levar a uma nova escalada das taxas aduaneiras".

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