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Credit Suisse recua e aumenta peso do Brasil na carteira-modelo

O Credit Suisse First Boston (CSFB) voltou atrás e aumentou o peso do Brasil na carteira-modelo de títulos de dívida para mercados emergentes, anunciou a instituição.

23 de Agosto de 2004 às 15:41
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O Credit Suisse First Boston (CSFB) voltou atrás e aumentou o peso do Brasil na carteira-modelo de títulos de dívida para mercados emergentes, anunciou a instituição.

Dez dias após reduzir a participação dos títulos de dívida externa do Brasil de 4,40% para 3,78%, o CSFB elevou o peso na carteira-modelo para 5%.

A redução do peso na carteira foi justificada pelas preocupações envolta das acusações ao presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles.

Este responsável que foi acusado de fuga ao fisco e transacções ilegais de moeda, já veio explicar as movimentações bancárias e alegou que, ao contrário do que foi acusado, não precisava declarar rendimentos no Brasil quando estava a trabalhar como vice-presidente do Bank Boston nos Estados Unidos, ainda que a meio do ano de 2002 tenha voltado para o Brasil.

O aumento do peso do Brasil é agora justificado porque «a performance da economia brasileira superou as expectativas».

As perspectivas económicas positivas devem permitir ao governo uma melhoria da popularidade, possibilitando um desempenho positivo nas eleições de Outubro, diz o relatório. A 3 de Outubro vão decorrer eleições municipais em todo o Brasil.

«Um aumento na classificação de risco de crédito do Brasil agora parece mais provável para o final deste ano ou no início de 2005», continuam os analistas.

Dois eventos foram considerados fundamentais para o CSFB ampliar o peso do Brasil. O primeiro foi a aprovação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da tributação dos inactivos. «Ao mesmo tempo, uma economia mais forte e a consolidação de uma política fiscal austera poderá produzir o primeiro declínio na taxa de dívida líquida do sector público em relação ao Produto Interno Bruto dos últimos dez anos», segundo o relatório.

O governo federal conseguiu que fosse constitucional a tributação de 11% sobre as pensões dos reformados da Função Pública que ganhem acima de 2.508,72 reais

(687,4 euros). Todavia, o Governo de Lula teve que ceder no limite, estando previsto que fosse de 1.505,23 reais (412,49 euros), no caso de funcionários federais e de 1.254,36 reais (343,7 euros) no de ex-funcionários estaduais.

Apesar da vitória, o governo vai deixar de arrecadar 210 milhões de reais (57,5 milhões de euros) com o novo limite máximo dos 875 milhões (240 milhões de euros) que deveriam ser arrecadados.

O segundo evento considerado fundamental pelo CSFB foi a recuperação significativa na popularidade do presidente Lula e de sua administração.

«Pela primeira vez em mais de duas décadas, o Brasil é capaz de melhorar a sua balança comercial numa situação de crescimento económico e aumento nas exportações», avançam os analistas.

Por último, os analistas entendem que «o ‘upgrade’ da Turquia pela S&P vai levar os investidores a focar mais num potencial ‘upgrade’ do Brasil », diz o CSFB.

O banco recomenda a compra do Global 40, título brasileiro de vencimento em 2040 e, venda de títulos da Bulgária, que teve a sua participação reduzida de 2,50% para 1,30%. O Brasil continua em segundo lugar no peso na carteira, só perde para a Rússia, que tem 6%.

*Correspondente em São Paulo

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