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Confinamento da China pode prejudicar aumento da produção de petróleo em Angola

Os analistas da Oxford Economics Africa escrevem que "o confinamento na China devido à propagação da variante Ómicron, que foi alargado para mais de metade das grandes cidades chinesas, está a reduzir as compras a Angola"

Com a revisão da “baseline”, vão entrar mais 32.000 barris/dia.
Sascha Steinbach/Epa
25 de Abril de 2022 às 10:41
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A consultora Oxford Economics Africa alertou hoje que as medidas de confinamento em vigor na China podem prejudicar o aumento da produção de petróleo em Angola, um dos principais fornecedores de petróleo ao gigante asiático.

"Prevemos que a produção de petróleo em Angola suba de 1,13 milhões de barris por dia, em 2021, para 1,18 milhões este ano, mas os riscos são negativos, principalmente devido à possibilidade de haver mais problemas técnicos e de haver atrasos na implementação dos novos projetos, para além das medidas de confinamento da China, um país que representa mais de 70% das exportações angolanas", escrevem os analistas.

Numa nota sobre a evolução da produção no setor do petróleo, os analistas escrevem que "o confinamento na China devido à propagação da variante Ómicron, que foi alargado para mais de metade das grandes cidades chinesas, está a reduzir as compras a Angola", o que é particularmente importante dado que "no ano passado, a China foi o destino de mais de 70% das exportações de crude angolano".

A produção de petróleo em Angola caiu pelo segundo mês consecutivo em março, tendo, ainda assim, melhorado ligeiramente no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com os primeiros três meses do ano passado.

"As receitas quase duplicaram nesse período, essencialmente devido ao aumento dos preços do crude a nível mundial", apontam os analistas no relatório, a que a Lusa teve acesso, e no qual se aponta que a produção, em março, caiu de 1,16 milhões de barris diários em fevereiro para 1,14 milhões em março, mês em que a produção ficou 300 mil barris diários abaixo da meta, o que compara com uma diferença de 240 mil barris a menos do que o permitido no acordo da OPEP, em dezembro do ano passado.

A produção ainda limitada é, no entanto, compensada pelos preços mais elevados do petróleo no primeiro trimestre deste ano: "As receitas petrolíferas do primeiro trimestre deste ano subiram quase 85%", dizem os analistas da Oxford Economics Africa.

Tudo isto, concluem, "está a fortalecer o kwanza e a robustecer os fundamentos de Angola enquanto emissor soberano", o que é comprovado pela recente emissão de dívida pública, a segunda em África desde a guerra na Ucrânia e que recebeu o dobro das ofertas para os 1,75 mil milhões de dólares emitidos, um pouco mais de metade dos 3 mil milhões inicialmente previstos.
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