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CGTP quer aumento salarial e desbloqueio da contratação coletiva

A CGTP é contrária à ideia de que os trabalhadores têm de se sujeitar "a tudo e mais alguma coisa, para responder àquilo que são os interesses das empresas" e que esta situação e os baixos salários se estão a alargar a todo o país.

LUSA_EPA
27 de Maio de 2024 às 16:02
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O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou esta segunda-feira na concentração dos trabalhadores das cantinas e refeitórios, alojamentos e restauração, junto à sede da associação patronal AHRESP, em Lisboa, que é preciso aumentar os salários e desbloquear a contratação coletiva.

No dia em que estes trabalhadores cumprem uma greve de 24 horas, Tiago Oliveira disse à agência Lusa que, "quando se fala que é preciso diálogo social, que é preciso concertação social, que é preciso negociação", a CGTP constata, e é por isso que "os trabalhadores estão em luta, é que todos os contratos [da restauração, alojamento e refeitórios] estão bloqueados e não há negociação".

E prosseguiu: "É uma luta que diz respeito aos direitos dos trabalhadores e contra os retrocessos sociais. Tem a ver com a negociação da contratação coletiva, com os aumentos dos salários dignos e justos para os trabalhadores, contra a precariedade laboral e a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais".

Para o líder sindical, o turismo é um dos "principais setores da economia nacional", que gera lucros, mas onde "os salários são completamente esmagados".

"Assiste-se ao esmagamento dos salários quando as unidades hoteleiras atingem recordes, atrás de recordes de ocupação de quartos. Os salários mantêm-se sempre pelo salário mais baixo, a precariedade é cada vez maior, e os horários de trabalho são cada vez maiores e mais desregulados", adiantou.

Por isso, explicou, é que os trabalhadores se manifestam e "decidiram demonstrar [com a greve e esta concentração] que estão completamente contra este rumo".

A CGTP é contrária à ideia de que os trabalhadores têm de se sujeitar "a tudo e mais alguma coisa, para responder àquilo que são os interesses das empresas" e que esta situação e os baixos salários se estão a alargar a todo o país.

Tiago Oliveira realçou que isto "não pode ser", tem de ser "o contrário" e que "tem de se por os trabalhadores no centro da discussão".

O líder da CGTP referiu também que "todas as evoluções que existam, todos os avanços têm de reverter para os trabalhadores".

"É preciso não colocar as empresas em primeiro plano. Estamos a ter milhares e milhares de trabalhadores, quase todos eles com o salário mínimo nacional e com dificuldades para fazerem face ao seu dia a dia, a terem que vir para a rua lutar por melhores condições de vida", salientou o dirigente sindical.

Para a CGTP, o bloqueio da negociação da contratação coletiva acontece "não só" no caso da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, mas "praticamente em todos os setores a nível nacional".

A CGTP mostra igualmente a sua indignação contra as "ameaças e chantagens" feitas."Se os sindicatos não responderem àquilo que são os interesses das entidades patronais avançam com a caducidade da contratação coletiva", lamentou.

Falando à margem da manifestação que juntou mais de uma centena de trabalhadores, em Lisboa, Maria das Dores Gomes, coordenadora da FESAHT -- Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, que convocou a greve de 24 horas em todo os país, afirmou que "os trabalhadores têm vindo nos últimos anos a fazer diversas lutas, sobretudo em defesa da contratação coletiva".

Alertou para o facto de "estarem bloqueados" os contratos das cantinas e refeitórios, do alojamento e da restauração, os quais ainda não conseguiram negociar.

Trata-se de três contratos coletivos "muito importantes" para a federação, disse a dirigente sindical, lembrando ainda que "o patronato já assinou só com os sindicatos da UGT, tendo retirado imensos direitos" aos trabalhadores, situação de que discordam.

Os trabalhadores aprovaram hoje uma moção que foi entregue na sede da AHRESP, sendo que a FESAHT afirma que se as reivindicações não forem atendidas, admitem fazer uma nova greve ou avançar com outras lutas que considerem adequadas.
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