Notícia
Bancos espanhóis podem precisar de 62.000 milhões de euros (act.)
A Roland Berger e a Oliver Wyman estimam que as instituições financeiras espanholas sob maior "stress" vão precisar de um mínimo de 16.000 ou um máximo de 62.000 milhões consoante se trate do cenário benigno ou adverso.
Os resultados da avaliação à banca espanhola por parte de duas consultoras independentes, a Roland Berger e a Oliver Wyman, foram hoje apresentados: as instituições financeiras espanholas sob maior “stress” vão precisar de um mínimo de 16.000 ou um máximo de 62.000 milhões consoante se trate do cenário benigno ou adverso.
Recorde-se que o relatório do Fundo Monetário Internacional relativo aos “testes de stress” realizados às instituições financeiras de Espanha foi apresentado no dia 8 deste mês, tendo o FMI dito que as necessidades de recapitalização estão compreendidas entre 40 e 60 mil milhões de euros.
Estas estimativas da Wyman e da Roland Berger ficam assim em linha, no cenário mais negativo, com a parte superior da estimativa dada pelo FMI.
O anúncio sobre as avaliações das duas auditoras foi feito pelo vice-governador do Banco de Espanha, Fernando Restoy, citado pelo “El País”.
Restoy explicou que os relatórios da Wyman e da Roland Berger permitem retirar uma série de conclusões sobre a saúde do sector financeiro e insistiu que servem para avaliar a resistência destas instituições em cenários muito desfavoráveis, piores do que os das previsões oficiais.
Sublinhe-se que esta análise foi feita a 90% do sector pelas duas entidades independentes.
A avaliação abarcou dois cenários, um de base (mais provável de se concretizar e em linha com as demais previsões) e outro mais “stressado”.
As duas auditoras não comunicaram entre si durante o processo, supervisionado por um comité do Ministério da Economia e em colaboração com o Banco de Espanha, referiu Restoy. A análise foi realizada com a assessoria do FMI, do BCE e dos bancos centrais de França e de Espanha, sublinha o "El Mundo".
Restoy explicou também que, uma vez definidos os dois cenários, as auditoras calcularam as perdas previstas nas carteiras de créditos das entidades e, por outro lado, os recursos com que contam para fazerem frente a esta deterioração. Deduzindo o primeiro valor ao segundo, obtêm-se as necessidades de cada entidade para cumprirem com os mínimos exigidos de capital (core capital), que no cenário base atingem os 9% e no mais adverso os 6%.
“Analisaram-se 14 grupos [bancários], o que corresponde a 90% do sistema financeiro. E foi analisado à lupa todo o crédito com um horizonte a três anos, até 2014.
O cenário mais benigno está em linha com o que espera o FMI. Já o cenário de maior tensão é mais duro, com uma perda de capital de 6% (contra os 4% estimados pelo FMI) e correcções no preço das casas de 26,4% (contra 23,5% no relatório do Fundo liderado por Christine Lagarde).
Assim, diz Restoy, a Wyman considera que existem necessidades entre 16.000 e 25.000 milhões de euros no cenário mais benigno, enquanto a Roland Berger acha que serão precisos 25.600 milhões.
No cenário adverso, as necessidades situam-se entre 51.000 e 62.000 milhões nas estimativas da Wyman, enquanto a Roland Berger cifra esse valor até 51.800 milhões.
De qualquer das formas, nem todo esse dinheiro será necessariamente de capital público, ja que algumas entidades podem conseguir o capital de fontes privadas, o que reduziria o valor a ser financiamento com dinheiros públicos, sublinha o "El País".
Os 14 grupos bancários analisados foram o BFA-Bankia, Bankinter, BBVA & Unnim, BMN, Caixabank & Civica, Catalunyacaixa, Ibercaja & Caja3 & Liberbank, Kuxtabank, NovacaixaGalicia, Popular & Pastor, Sabadell & CAM, Santander, Unicaja & CEISS e Banco de Valencia .
A maioria das necessidades está concentrada nas entidades nacionalizadas ou em vias de o serem (Bankia, Catalunya Caixa, Novacaixagalicia e Banco de Valencia) que terão de recorrer ao dinheiro europeu.
Recorde-se que a nacionalização do Bankia e o pedido de 19.000 milhões de euros para o seu saneamento levaram a que o prémio de risco da dívida soberana espanhola de longo prazo disparasse, tendo esta semana chegado a atingir os 590 pontos. Este prémio consiste no “spread” face às obrigações alemãs a 10 anos (Bund), que são a referência para o mercado.
O vice-governador do Banco de Espanha referiu, citado pelo “Cinco Días”, que os três principais grupos bancários do país não precisam de se recapitalizar, porque geram lucros suficientes para fazerem frente aos cenários mais adversos. São eles o Caixabank, Santander e BBVA.
Esta conclusão vai ao encontro do referido ontem num relatório da agência de notação financeira Fitch, que salientava que só o Banco Santander, BBVA e La Caixa (cuja maior subsidiária, CaixaBank, tem para breve a fusão do Banca Civica) dispõem de capacidade suficiente para gerarem lucros, bem como de reservas e capital suficientes para fazer frente a uma possível deterioração económica.
Estes relatórios dos peritos independentes são os exigidos pela União Europeia para que um país possa solicitar um resgate com fundos europeus para sanear o seu sector financeiro. Esta foi a primeira etapa, em que se apresentam as necessidades agregadas. Agora, quatro consultoras - Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG - estão a analisar as necessidades individuais de cada um dos 14 grupos bancários, prevendo-se que os resultados possam estar disponíveis a 31 de Julho.
Hoje, o ministro espanhol da Economia e das Finanças, Luis de Guindos, disse que Espanha vai pedir formalmente ajuda à União Europeia, para recapitalizar os seus bancos em apuros, nos próximos dias.
Guindos dissipou assim a expectativa de que Espanha poderia pedir hoje ajuda durante o Eurogrupo.
No passado dia 9 de Junho, a Comissão Europeia concordou em emprestar até 100.000 milhões de euros para sanear a banca espanhola, não exigindo como contrapartida que seja considerado um resgate a Espanha, pelo que as condições a respeitar não serão tão exigentes como as dos programas de ajuste definidos com a troika pelos três países já intervencionados: Grécia, Irlanda e Portugal.
Recorde-se que o relatório do Fundo Monetário Internacional relativo aos “testes de stress” realizados às instituições financeiras de Espanha foi apresentado no dia 8 deste mês, tendo o FMI dito que as necessidades de recapitalização estão compreendidas entre 40 e 60 mil milhões de euros.
O anúncio sobre as avaliações das duas auditoras foi feito pelo vice-governador do Banco de Espanha, Fernando Restoy, citado pelo “El País”.
Restoy explicou que os relatórios da Wyman e da Roland Berger permitem retirar uma série de conclusões sobre a saúde do sector financeiro e insistiu que servem para avaliar a resistência destas instituições em cenários muito desfavoráveis, piores do que os das previsões oficiais.
Sublinhe-se que esta análise foi feita a 90% do sector pelas duas entidades independentes.
A avaliação abarcou dois cenários, um de base (mais provável de se concretizar e em linha com as demais previsões) e outro mais “stressado”.
As duas auditoras não comunicaram entre si durante o processo, supervisionado por um comité do Ministério da Economia e em colaboração com o Banco de Espanha, referiu Restoy. A análise foi realizada com a assessoria do FMI, do BCE e dos bancos centrais de França e de Espanha, sublinha o "El Mundo".
Restoy explicou também que, uma vez definidos os dois cenários, as auditoras calcularam as perdas previstas nas carteiras de créditos das entidades e, por outro lado, os recursos com que contam para fazerem frente a esta deterioração. Deduzindo o primeiro valor ao segundo, obtêm-se as necessidades de cada entidade para cumprirem com os mínimos exigidos de capital (core capital), que no cenário base atingem os 9% e no mais adverso os 6%.
“Analisaram-se 14 grupos [bancários], o que corresponde a 90% do sistema financeiro. E foi analisado à lupa todo o crédito com um horizonte a três anos, até 2014.
O cenário mais benigno está em linha com o que espera o FMI. Já o cenário de maior tensão é mais duro, com uma perda de capital de 6% (contra os 4% estimados pelo FMI) e correcções no preço das casas de 26,4% (contra 23,5% no relatório do Fundo liderado por Christine Lagarde).
Assim, diz Restoy, a Wyman considera que existem necessidades entre 16.000 e 25.000 milhões de euros no cenário mais benigno, enquanto a Roland Berger acha que serão precisos 25.600 milhões.
No cenário adverso, as necessidades situam-se entre 51.000 e 62.000 milhões nas estimativas da Wyman, enquanto a Roland Berger cifra esse valor até 51.800 milhões.
De qualquer das formas, nem todo esse dinheiro será necessariamente de capital público, ja que algumas entidades podem conseguir o capital de fontes privadas, o que reduziria o valor a ser financiamento com dinheiros públicos, sublinha o "El País".
Os 14 grupos bancários analisados foram o BFA-Bankia, Bankinter, BBVA & Unnim, BMN, Caixabank & Civica, Catalunyacaixa, Ibercaja & Caja3 & Liberbank, Kuxtabank, NovacaixaGalicia, Popular & Pastor, Sabadell & CAM, Santander, Unicaja & CEISS e Banco de Valencia .
A maioria das necessidades está concentrada nas entidades nacionalizadas ou em vias de o serem (Bankia, Catalunya Caixa, Novacaixagalicia e Banco de Valencia) que terão de recorrer ao dinheiro europeu.
Recorde-se que a nacionalização do Bankia e o pedido de 19.000 milhões de euros para o seu saneamento levaram a que o prémio de risco da dívida soberana espanhola de longo prazo disparasse, tendo esta semana chegado a atingir os 590 pontos. Este prémio consiste no “spread” face às obrigações alemãs a 10 anos (Bund), que são a referência para o mercado.
O vice-governador do Banco de Espanha referiu, citado pelo “Cinco Días”, que os três principais grupos bancários do país não precisam de se recapitalizar, porque geram lucros suficientes para fazerem frente aos cenários mais adversos. São eles o Caixabank, Santander e BBVA.
Esta conclusão vai ao encontro do referido ontem num relatório da agência de notação financeira Fitch, que salientava que só o Banco Santander, BBVA e La Caixa (cuja maior subsidiária, CaixaBank, tem para breve a fusão do Banca Civica) dispõem de capacidade suficiente para gerarem lucros, bem como de reservas e capital suficientes para fazer frente a uma possível deterioração económica.
Estes relatórios dos peritos independentes são os exigidos pela União Europeia para que um país possa solicitar um resgate com fundos europeus para sanear o seu sector financeiro. Esta foi a primeira etapa, em que se apresentam as necessidades agregadas. Agora, quatro consultoras - Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG - estão a analisar as necessidades individuais de cada um dos 14 grupos bancários, prevendo-se que os resultados possam estar disponíveis a 31 de Julho.
Hoje, o ministro espanhol da Economia e das Finanças, Luis de Guindos, disse que Espanha vai pedir formalmente ajuda à União Europeia, para recapitalizar os seus bancos em apuros, nos próximos dias.
Guindos dissipou assim a expectativa de que Espanha poderia pedir hoje ajuda durante o Eurogrupo.
No passado dia 9 de Junho, a Comissão Europeia concordou em emprestar até 100.000 milhões de euros para sanear a banca espanhola, não exigindo como contrapartida que seja considerado um resgate a Espanha, pelo que as condições a respeitar não serão tão exigentes como as dos programas de ajuste definidos com a troika pelos três países já intervencionados: Grécia, Irlanda e Portugal.