Notícia
Concessão do Coliseu do Porto aprovada por maioria
A concessão do Coliseu a privados foi aprovada por maioria na assembleia-geral da associação, tendo sido mandatada a direção para lançar o concurso público que terá como objeto a reabilitação, requalificação e exploração desse equipamento.
14 de Março de 2020 às 00:54
De acordo com o presidente da mesa da Assembleia-Geral dos Amigos do Coliseu, Amorim Pereira, a proposta apresentada pelos parceiros institucionais - Câmara do Porto, Área Metropolitana e Ministério da Cultura, aqui representado pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) -, da concessão a privados da maior sala de espetáculos da cidade, foi aprovada por maioria.
Segundo Amorim Pereira, na reunião magna da associação participaram cerca de duas dezenas de pessoas, sendo que "num universo de 56 mil votos, mais de 55 mil pertencem a estes três associados".
À Lusa, o dirigente revelou que houve uma discussão participada, em que as pessoas pretendiam saber alternativas, tendo alguns associados defendido que a revisão do estudo de patologias do edifício proposta pelos parceiros institucionais que querem ver as intervenções reduzidas ao essencial, devia ser discutida numa outra assembleia-geral.
A intenção de concessionar o Coliseu do Porto foi anunciada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, no dia 29 de janeiro. À data, o autarca explicou que, na impossibilidade de recorrer a fundos comunitários, esta foi a solução encontrada para garantir o restauro daquela sala de espetáculos, orçado em 8,5 milhões de euros.
Em fevereiro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) garantiu, no entanto, que não é de excluir a possibilidade de enquadrar, no âmbito do Norte 2020, as obras de restauro do Coliseu do Porto.
Hoje, durante a discussão do tema, o ex-presidente da Direção, Eduardo Paz Barroso, fez uma intervenção na qual defendeu que havia alternativas à concessão do Coliseu, tendo sustentado esta posição num parecer jurídico.
Segundo a intervenção, a que a Lusa teve acesso, este parecer apontou vários caminhos possíveis, "com vantagens e dificuldades, sempre tendo em vista, obviamente, a manutenção da associação na gestão do Coliseu, o que jamais havia sido posto em causa". "Pelo contrário, era pressuposto de qualquer solução", afirmou Paz Barroso.
O dirigente assinalou ainda que, ao contrário dos 8,5 milhões de euros inicialmente anunciados pela câmara como necessários para a reabilitação do Coliseu, "o que está hoje em cima da mesa, ao reduzir as necessidades à "erradicação das patologias", é um cheque em branco", sem que se reúna e perceba se o custo das obras essenciais é, afinal, "incomportável".
"Anunciar-se um concurso para concessão, sem prazo e sem condições, sem um trabalho prévio, e mantendo a Direção apartada disso é, no mínimo, desrespeitá-la", afirmou, acrescentando que o Coliseu "é muito mais do que um negócio, é património, é serviço público, tem uma história de cidadania e um legado a preservar".
À saída, questionado pela Lusa, Paz Barroso disse apenas que fez uma intervenção longa sustentada num parecer jurídico. Já Rui Moreira não quis prestar declarações.
O dia ficou ainda marcado por um incidente ao início da tarde. Pelo menos dois associados dos Amigos do Coliseu foram hoje impedidos de participar na assembleia-geral da associação, no momento da eleição de um membro para a direção, para o triénio 2020/2022, o que asseguram "nunca tinha acontecido".
"Nas anteriores assembleias, nós podíamos participar sem direito a votação, mas tínhamos direito a participar para dar transparência", afirmou, em declarações à Lusa, António Moutinho Cardoso, um dos associados individuais que representava 44 votos.
Questionado pela Lusa, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral dos Amigos do Coliseu explicou que a decisão foi tomada pelos serviços, tendo em conta o que está previsto nos estatutos da associação.
Durante a tarde de hoje foram eleitos os representantes da Câmara do Porto (Nuno Lemos), da Área Metropolitana do Porto (Maria João Castro) e do Estado (Mónica Guerreiro, antiga diretora municipal de Cultura da Câmara Municipal do Porto, que vai agora suceder a Eduardo Paz Barroso na gestão do Coliseu do Porto).
Por nomear ficou a Mesa da Assembleia-Geral, um elemento do Conselho Fiscal e um membro da direção por ausência de propostas dos associados coletivos, adiantou Amorim Pereira, a quem cabe convocar nova reunião para o efeito.
Segundo Amorim Pereira, na reunião magna da associação participaram cerca de duas dezenas de pessoas, sendo que "num universo de 56 mil votos, mais de 55 mil pertencem a estes três associados".
A intenção de concessionar o Coliseu do Porto foi anunciada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, no dia 29 de janeiro. À data, o autarca explicou que, na impossibilidade de recorrer a fundos comunitários, esta foi a solução encontrada para garantir o restauro daquela sala de espetáculos, orçado em 8,5 milhões de euros.
Em fevereiro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) garantiu, no entanto, que não é de excluir a possibilidade de enquadrar, no âmbito do Norte 2020, as obras de restauro do Coliseu do Porto.
Hoje, durante a discussão do tema, o ex-presidente da Direção, Eduardo Paz Barroso, fez uma intervenção na qual defendeu que havia alternativas à concessão do Coliseu, tendo sustentado esta posição num parecer jurídico.
Segundo a intervenção, a que a Lusa teve acesso, este parecer apontou vários caminhos possíveis, "com vantagens e dificuldades, sempre tendo em vista, obviamente, a manutenção da associação na gestão do Coliseu, o que jamais havia sido posto em causa". "Pelo contrário, era pressuposto de qualquer solução", afirmou Paz Barroso.
O dirigente assinalou ainda que, ao contrário dos 8,5 milhões de euros inicialmente anunciados pela câmara como necessários para a reabilitação do Coliseu, "o que está hoje em cima da mesa, ao reduzir as necessidades à "erradicação das patologias", é um cheque em branco", sem que se reúna e perceba se o custo das obras essenciais é, afinal, "incomportável".
"Anunciar-se um concurso para concessão, sem prazo e sem condições, sem um trabalho prévio, e mantendo a Direção apartada disso é, no mínimo, desrespeitá-la", afirmou, acrescentando que o Coliseu "é muito mais do que um negócio, é património, é serviço público, tem uma história de cidadania e um legado a preservar".
À saída, questionado pela Lusa, Paz Barroso disse apenas que fez uma intervenção longa sustentada num parecer jurídico. Já Rui Moreira não quis prestar declarações.
O dia ficou ainda marcado por um incidente ao início da tarde. Pelo menos dois associados dos Amigos do Coliseu foram hoje impedidos de participar na assembleia-geral da associação, no momento da eleição de um membro para a direção, para o triénio 2020/2022, o que asseguram "nunca tinha acontecido".
"Nas anteriores assembleias, nós podíamos participar sem direito a votação, mas tínhamos direito a participar para dar transparência", afirmou, em declarações à Lusa, António Moutinho Cardoso, um dos associados individuais que representava 44 votos.
Questionado pela Lusa, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral dos Amigos do Coliseu explicou que a decisão foi tomada pelos serviços, tendo em conta o que está previsto nos estatutos da associação.
Durante a tarde de hoje foram eleitos os representantes da Câmara do Porto (Nuno Lemos), da Área Metropolitana do Porto (Maria João Castro) e do Estado (Mónica Guerreiro, antiga diretora municipal de Cultura da Câmara Municipal do Porto, que vai agora suceder a Eduardo Paz Barroso na gestão do Coliseu do Porto).
Por nomear ficou a Mesa da Assembleia-Geral, um elemento do Conselho Fiscal e um membro da direção por ausência de propostas dos associados coletivos, adiantou Amorim Pereira, a quem cabe convocar nova reunião para o efeito.