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Prisões na Europa libertaram mais de 122 mil reclusos devido à pandemia. 85% foi na Turquia
As prisões de toda a Europa libertaram mais de 122 mil reclusos durante as primeiras semanas do surto de covid-19 na região, para tentarem travar a propagação do vírus nos estabelecimentos, muitas vezes sobrelotados.
Os números constam de um estudo realizado por criminologistas da Universidade de Lausanne para o Conselho da Europa e mostram que só a Turquia foi responsável pela libertação de cerca de 85% do total de reclusos. Naquele país foram libertados 102.944 detidos, o que representa cerca de 35% da população prisional da Turquia.
Considerando esta análise, a taxa da Turquia é mais do dobro da dos países que se seguem na lista, o Chipre e a Eslovénia.
Naquele país, a população prisional aumentou de forma exponencial depois da tentativa de golpe de Estado em 2016, quando o governo liderado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan prendeu ou deteve dezenas de milhares de supostos simpatizantes da revolta.
Em quarto lugar na lista de países que mais reclusos libertaram em relação à população prisional total surge Portugal, onde 1.874 pessoas abandonaram as prisões (15% do total).
Foi em março que os responsáveis prisionais começaram a libertar milhares de reclusos de baixo risco, em final de sentença, ao mesmo tempo que as autoridades judiciárias recorreram a amnistias, prisões domiciliárias e até substituições das penas para evitar surtos descontrolados entre a população prisional.
A Turquia e a Rússia têm as taxas de reclusão mais altas entre os 47 países pertencentes ao Conselho da Europa, cada um dos quais com mais de 325 prisioneiros por 100 mil habitantes, considerando dados de 15 de abril. Estes valores ficam, ainda assim, muito abaixo da taxa dos Estados Unidos, que é de 655 por 100 mil habitantes.
As taxas mais baixas da Europa, de cerca de 80 reclusos por 100 mil habitantes, são registadas na Escandinávia, Holanda e Irlanda.