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Patrões do Norte querem cancelamento definitivo de impostos e contribuições sociais
Linhas de financiamento ilimitado para as empresas, alargadas a todos os setores, e a suspensão temporária das notações de rating a nível internacional são algumas de muitas outras medidas apresentadas pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) ao Governo.
A Associação Empresarial de Portugal (AEP), com sede no Porto e que é sobretudo formada por empresas da região Norte, apresentou ao Governo, esta segunda-feira, 23 de março, medidas adicionais para minorar o impacto económico da covid-19 no mercado nacional.
Para o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, "o objetivo deste levantamento, que o Governo decidirá a sua relevância e a possibilidade de implementação, é proteger as empresas, os postos de trabalho e o rendimento das famílias, impedindo uma escalada de falências e de desemprego"
Propostas da AEP a nível nacional:
- Cancelamento definitivo de impostos e contribuições sociais para as empresas, em vez da suspensão;
- Linhas de financiamento ilimitado para as empresas, alargadas a todos os setores;
- Adequação das condições de "lay off" simplificado (desonerar a empresa da parte do custo do salário do trabalhador dispensado e resolver os constrangimentos nas certidões de não dívida à Segurança Social);
- Colocar à disposição das empresas instrumentos de capital permanente de emergência (através de um Fundo Público de Capital de Risco "Emergência covid-19");
- Alteração do CIRE para determinar a suspensão temporária de pedidos de falências pelos credores;
- Alargar o período para dedução de prejuízos fiscais (a lucros de exercícios futuros):
- Reduzir ou eliminar todos os custos de contexto à atividade empresarial (por exemplo, diminuir os custos de transporte de mercadorias, como a suspensão de portagens e outros encargos);
- Pagamento imediato de todas as dívidas em atraso do Estado a fornecedores privados;
- Antecipar o aprovisionamento, junto das empresas privadas, de bens e serviços necessários para o funcionamento das administrações públicas (criando as exceções necessárias para que o fornecimento seja feito por empresas nacionais, de forma a mitigar a perda de procura e manter a sua laboração nesta fase de crise).
No âmbito do Portugal 2020:
- Efetuar todos os pagamentos pendentes;
- Aprovação imediata dos projetos apresentados, permitindo os pedidos de adiantamento;
- Estender o prazo de apresentação de candidaturas a projetos nas "calls" abertas;
- Congelar as responsabilidades financeiras das empresas até que a situação dure: reembolso de capital e serviço de dívida;
- Aumentar as taxas de cofinanciamento nos projetos em curso e próximos;
- Flexibilizar o cumprimento de metas/objetivos do Portugal 2020;
- Colocar rapidamente no terreno, sem burocracias, todas as medidas de apoio de emergência às empresas, as já anunciadas e as que estão em desenvolvimento – com destaque para a moratória geral de crédito.
A nível internacional:
- Instrumento europeu que assuma as despesas nacionais (seja por financiamento direto do BCE, ou outro mecanismo);
- Suspensão temporária das notações das agências de rating a nível internacional;
- Forte apoio, com Fundos Estruturais, a investigação para "testes em larga escala".