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Pacotes de turismo de vacina podem ter custos ocultos

As associações de agentes de viagens na Índia e na Tailândia - países que lutam contra um aumento dos casos de covid-19 - alertaram o público contra as operadoras que anunciam viagens ao exterior para vacinação dizendo que pode haver custos ocultos.

Lusa
30 de Maio de 2021 às 14:30
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Os anúncios de viagens para obter a vacina, principalmente para os EUA, surgiram nas redes sociais na Índia, apesar das restrições que tornam as viagens internacionais quase impossíveis. Na Tailândia, o número de pacotes turísticos que disponibilizam a hipótese de entrar na fila de vacinação no estrangeiro também cresce.

"Não é ilegal ir para os EUA, viajar é absolutamente uma opção do consumidor", disse Jyoti Mayal, presidente da Travel Agents Association of India. "Como associação, o nosso conselho é verificar a credibilidade do agente, verificar todos os documentos e seguir em frente."
A Gem Tours & Travels Unip, sediada em Mumbai, recolheu nomes de 5.000 pessoas interessadas em ficar por três dias em Nova Iorque para tomar a primeira dose da vacina e fazer outra viagem para receber a segunda dose depois de várias semanas, com um custo de cerca de 150.000 rúpias (1.698,86 euros) por viagem.

Outra operadora, a Arabian Nights Tours, com sede no Dubai, anuncia "uma viagem para vacinação e felicidade" na Rússia. A partir de 1.780 dólares (1.461,69 euros), o pacote inclui bilhetes de ida e volta de Deli a Moscovo, 24 noites de alojamento em São Petersburgo e na capital russa e duas doses da vacina Sputnik. Embora as taxas de "suporte para visto" estejam incluídas, o custo do visto não está. Há também a hipótese de a Rússia fechar fronteiras com a Índia, fator que a operadora de turismo diz não ser da sua responsabilidade, segundo os media locais.

A Tailândia também tem anúncios de turismo de vacina para os Estados Unidos e a Rússia. Uma operadora de Banguecoque está a oferecer viagens que variam de 2.400 dólares (1970,82 euros) a 6.400 dólares (5255,52 euros) para São Francisco, Nova Iorque e Los Angeles, com preços que dependem do intervalo de tempo entre as doses e a marca da vacina. A Johnson & Johnson’s tem apenas uma dose e, portanto, exigiria uma estadia mais curta.

Muitos dos pacotes tailandeses não incluem as despesas de visto, bilhetes de avião, refeições ou o custo de uma quarentena, se necessária. As operadoras de turismo também não são responsáveis caso os viajantes fiquem doentes por efeitos colaterais da vacina, segundo Suthiphong Pheunphiphop, presidente da Thai Travel Agents Association.

Outra questão é se as viagens são mesmo práticas, considerando o encerramento de fronteiras. A Índia, por exemplo, suspendeu os voos comerciais internacionais até 31 de maio e, no início deste mês, os EUA proibiram a maior parte das viagens da Índia, embora a restrição não se aplique a cidadãos americanos ou residentes permanentes.
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