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Marcelo diz que "não há razão de alarme social para recurso a ajuda internacional" com doentes covid
O Presidente da República afirmou esta terça-feira que nesta altura não se justifica pedir ajuda internacional para tratar os doentes com covid-19 em Portugal.
O Presidente da República afirmou esta terça-feira que nesta altura não se justifica pedir ajuda internacional para tratar os doentes com covid-19 em Portugal.
"Dos dados que conheço, não há, neste instante, razão que determine uma ideia de alarme social quanto à necessidade de recurso a ajuda internacional", disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Hospital das Forças Armadas.
O Presidente da República deixou esta indicação "independentemente de sabermos que há essa colaboração, como aconteceu no passado, dentro da União Europeia, com países e economias as mais diversas e mais ricas" e existe a "disponibilidade de países amigos" para ajudar Portugal a tratar doentes com covid-19, "tal como foram ajudados no passado".
"Mas isso, naturalmente, é matéria que o Governo esclarecerá, se for necessário esclarecer, no momento em que for necessário esclarecer", frisou.
Marcelo tinha sido questionado sobre o agravamento de casos em Torres Vedras, que levou esta terça-feira o presidente da Câmara Municipal da autarquia, Carlos Bernardes, a pedir ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que ative a ajuda internacional de modo a reforçar com recursos humanos o Hospital de Torres Vedras que tem atualmente apenas cinco médicos e dez enfermeiros.
A ministra da Saúde disse ontem, em entrevista à RTP, que o Governo admite a transferência de doentes com covid-19 para outros países, mas sublinhou que Portugal tem mais dificuldade em recorrer a esses mecanismos do que os países do centro da Europa, por "questões geográficas".
Questionada pela jornalista Fátima Campos Ferreira sobre se o governo está a "equacionar pedir ajuda internacional, ajuda europeia, enviar doentes" para outros países, a ministra considerou que Portugal, geograficamente, tem uma "situação distinta" de outros países do centro da Europa, onde, "mesmo em situação normal, aspetos como a circulação transfronteiriça de doentes já acontece como uma realidade simples".
"Estamos num extremo de uma península e, portanto, com maiores constrangimentos geográficos, mas de qualquer forma, há mecanismos e há formas de obter auxílio e de enquadrar formas de colaboração e, naturalmente, que as estamos a equacionar", admitiu Marta Temido, ao considerar que é preciso ter a "consciência de que a situação europeia é toda ela preocupante".
"Combate de todos"
Marcelo Rebelo de Sousa teve hoje a sua primeira iniciativa pública após ter sido reeleito Presidente da República no domingo, ao lado do Governo e das Forças Armadas, para afirmar que há "total união" no combate à covid-19.
O chefe de Estado deixou esta mensagem no final de uma visita ao Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, que tem estado a alargar a sua capacidade de acolhimento de doentes com covid-19, para 197 camas de enfermaria e 15 de cuidados intensivos, já parcialmente ocupadas.
"Estamos aqui hoje para mostrar que se trata de um combate de todos, em total união: Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, primeiro-ministro, Governo, Forças Armadas, todos unidos com o mesmo objetivo. E, naturalmente, nesse objetivo entrando todas e todos os portugueses", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Na presença do primeiro-ministro, António Costa, da ministra da Saúde, Marta Temido, e do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Mendes Calado, o Presidente da República expressou depois "orgulho e gratidão" pela atuação das estruturas militares no combate à covid-19.
"Em tempo de pandemia tem sido extraordinário o papel das nossa Forças Armadas, todas elas, e a todas se dirige a nossa, a minha gratidão como Comandante Supremo", declarou.