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Irlanda abate visons devido a nova variante da covid-19

Depois da Dinamarca, a Irlanda condena os visons à morte, devido a uma nova mutação do coronavírus responsável pela covid-19

19 de Novembro de 2020 às 18:09
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O Governo irlandês determinou esta quinta-feira o abate dos visons nas quintas de criação para evitar a disseminação de uma possível mutação do coronavírus responsável pela covid-19. A decisão abrange três explorações de criação destes animais.

Depois da Dinamarca ter mandado abater os visons no dia 4 de novembro, devido a uma nova mutação do SARS-CoV-2, a Irlanda declara agora que esta espécie deve também ser abatida no seu território.

As autoridades de saúde, a nível mundial, demonstram preocupação quanto a esta nova variante, que demonstra ser mais resistente aos anticorpos e que pode prejudicar a eficácia das vacinas já testadas contra a covid-19.

O diretor-geral de saúde irlandês, Tony Holohan, disse à estação televisiva RTE que os visons devem ser eliminados na Irlanda devido às preocupações intrínsecas a esta nova variante, detetada no início do mês na Dinamarca.

Numa carta endereçada ao Departamento de Agricultura da Irlanda e citada pela RTE, Holohan salienta a importância do abate dos visons, que representam "um risco persistente para a saúde pública". 

Por enquanto, a medida ainda não foi aprovada, contudo, o Departamento de Agricultura avisou já três proprietários de exploraçõess que o abate se virá a realizar.

Os criadores desta espécie acusam o governo de copiar a decisão da Dinamarca e sacrificar animais saudáveis, "sem uma base científica ou legal", de acordo com a informação apurada pelo RTE. Esta decisão "deixou três famílias de agricultores devastados e sem meios de subsistência".

No comunicado dos criadores enviado à RTE estes acusam o governo irlandês de copiar a decisão da Dinamarca, ainda que "se tenha esquecido que na Dinamarca houve um aumento exponencial do número de fazendas com visons infetados".

"A decisão dinamarquesa foi baseada em um rápido aumento no número de explorações com visons infetados. Este aumento foi desencadeado por muitas fazendas localizadas na mesma área geográfica, mas isso está longe de ser o caso na Irlanda, onde existem apenas 3 fazendas em áreas rurais localizadas em Kerry, Donegal e Laois", acrescentam.

O governo dinamarquês, entretanto, já recuou na sua decisão, garantindo que esta nova variante está já erradicada. Copenhaga tinha ordenado o abate dos 15 a 17 milhões de visons de criação no país, motivando protestos da indústria. O governo viria a ceder após constatar que desde 15 de setembro que não foram detetados novos casos da variante, mas a ministra da Agricultura acabou mesmo por se demitir.

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