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Maior casa de leilões de peles do mundo vai fechar portas devido ao abate de visons

Depois de o governo da Dinamarca ter ordenado o abate dos visons, de modo a combater uma nova mutação da Covid-19, a maior casa de leilões de peles do mundo vai fechar portas.

RITZAU SCANPIX
14 de Novembro de 2020 às 12:00
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A descoberta de uma nova mutação da Covid-19 na Dinamarca levou o país a ordenar o abate de todos os visons. Esta medida afetou o negócio e vai levar ao encerramento da maior casa de leilões de peles do mundo, a Kopenhagen Fur.

Esta decisão tomada pela primeira-ministra Mette Frederiksen surpreendeu, no passado dia 4 de novembro, a indústria das peles. Os criadores dinamarqueses foram obrigados a abater os seus visons, o que vai decretar o encerramento da maior casa de leilões de peles do mundo. Frederiksen justifica a sentença por si ordenada afirmando que esta nova mutação do vírus poderia colocar em causa os esforços realizados contra a Covid-19.

A empresa dinamarquesa de 90 anos tem ainda peles suficientes para realizar leilões ao longo do próximo ano, todavia irá começar a liquidar o negócio depois disso, segundo um comunicado divulgado no seu site. Tage Pedersen, dona da Kopenhagen Fur, disse à Bloomberg que a decisão do governo não pode ser agora anulada e ignorada pela indústria. "Mesmo que alguns agricultores sobrevivam de alguma forma, não há futuro", reforçou Pedersen à Bloomberg.

Os donos e criadores dos visons receberam incentivos financeiros para abaterem rapidamente esta espécie animal. A principal organização dos defensores dos direitos humanos da Dinamarca, Dyrenes Beskyttelse, já se manifestou contra a decisão do governo, alegando que se trata de um ato "cruel". Contudo, segundo apurou a Bloomberg, continuam a ser mortos milhares de visons.

O alerta da Dinamarca, de que a nova mutação do vírus poderia colocar em causa a eficácia de uma vacina, foi contestado por Anthony Fauci, o maior perito em doenças infeciosas dos Estados Unidos. De acordo com as declarações de Fauci à Bloomberg a mutação encontrada não compromete as vacinas em desenvolvimento, mas há quem acredite no contrário.

O Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças disse esta quinta-feira (dia 12 de novembro) que a mutação do vírus encontrada no vison dinamarquês "pode afetar o nível de eficácia geral das vacinas em desenvolvimento". Contudo, também apontou para a "alta incerteza" e disse que "mais investigações são necessárias sobre a natureza dessas mutações e as suas implicações em questões como a eficácia da vacina", apurou a Bloomberg.

As incertezas inflamam a indústria das peles e dividem os dinamarqueses. O governo está agora à defesa, numa altura em que a opinião pública o ataca.  A ordem decretada por Frederiksen carecia de um mandato legal e só tem um quarto do apoio parlamentar necessário para ser aprovada.

O governo de Frederiksenn espera agora que a lei seja aprovada pela maioria e quer que, segundo apurou a Bloomberg, toda a criação de visons seja proibida na Dinamarca até 2022. O que significa que a criação destes animais será extinta, fechando efetivamente a indústria para sempre.

 

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