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Governo espera mais duas semanas para decidir novas medidas
Embora reconheça que a situação se agravou, o Governo espera pela reunião do Infarmed, no dia 27, para rever o quadro de medidas em função da evolução da pandemia e da vacinação.
O Governo decidiu esperar pela reunião do Infarmed, marcada para o dia 27 de julho, antes de avançar com a adaptação da matriz de risco ou das decisões de combate à pandemia, nomeadamente na região do Algarve. Isto apesar da “degradação” da situação epidemiológica, que, segundo a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva (na foto), põe Portugal numa “corrida contra o tempo entre o processo de vacinação, que se vai diariamente alargando, e a evolução da pandemia”.
No final da reunião de Conselho de Ministros que aumentou de 60 para 90 o número de concelhos com maiores restrições à atividade económica, por se encontrarem numa situação de risco elevado ou muito elevado, a ministra da Presidência referiu que a incidência é agora de 346,5 por cem mil habitantes e que o ritmo de transmissão continua acima de 1, o que aponta para um aumento de casos, embora mais lento do que no passado (1,15).
Disse também que o crescimento do número de casos abrandou (de +50% na semana passada para +28% nesta) e sublinhou que o recurso aos hospitais avança de forma mais lenta. “A situação do SNS encontra-se controlada”, disse.
Questionada sobre a ausência de medidas para o Algarve, popular destino de férias no verão, Mariana Vieira da Silva não indicou qualquer nova medida específica, mas sublinhou que a situação “reforça a importância das medidas tomadas na semana passada”, como a obrigatoriedade de teste ou de apresentação de certificado à chegada ao alojamento e para entrar nos restaurantes.
Questionada sobre se o pico de contágios já passou, a ministra foi prudente. “Ainda não sabemos quando podemos alcançar o pico”, respondeu. “Veremos nos próximos dias e aguardamos também, por isso, pela reunião do Infarmed”.
Daqui até lá, a tensão será entre o ritmo de evolução dos contágios e da vacinação: “No próximo dia 27 também teremos um novo calendário e um conjunto de medidas para lidar com esta pandemia em que finalmente alcançamos um número significativo de portugueses com vacinação completa.”
Há agora 3,2 milhões de portugueses com a segunda dose tomada há mais de quinze dias.
Ignorando a pergunta sobre a eventual reabertura de bares e discotecas, admitida ao Público pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, a ministra reconheceu que possa ser necessário articular as decisões que serão tomadas no final do mês com “outros órgãos de soberania”.
Ministra da Presidência