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França descobre que já havia um infetado com covid-19 no país em dezembro
O paciente em causa não viajava desde agosto e tinha um histórico médico de asma e diabetes tipo 2.
Um paciente que deu entrada num hospital em Paris, no passado mês de dezembro, já estava infetado com covid-19, dizem os testes mais recentes. Este dado contraria as estatísticas que diziam que o primeiro caso no país havia surgido no final de janeiro.
Um paciente de 42 anos foi hospitalizado a 27 de dezembro com sintomas de gripe – tosse, dor de cabeça e febre -, foi tratado com antibióticos e regressou a casa dois dias depois. Afinal, este já era um caso de covid-19, segundo o relatório feito agora pelo pessoal médico, que testou retroativamente as amostras respiratórias recolhidas na altura.
Os testes foram feitos aleatoriamente a 14 pacientes que tinham apresentado sintomas do novo coronavírus e que não tinham testado positivo para nenhum outro vírus. Depois de ser detetado um positivo, a equipa fez um novo teste, mais aprofundado, para confirmar o resultado.
O paciente em causa não viajava desde agosto e tinha um histórico médico de asma e diabetes tipo 2.
Até ao momento, a convicção era que os dois primeiros casos de covid-19 em França diziam respeito a duas pessoas que tinham regressado de Wuhan, na China, no fim de janeiro. Isto levanta questões sobre como este paciente "mais precoce" foi infetado.
Os estudos feitos por virologistas no mês passado indicam que não é provável que o vírus tenha vindo diretamente da China ou de Itália, e que esteve a propagar-se durante algum tempo sem ser documentado.
"Identificar o primeiro paciente a ser infetado é de um grande interesse epidemiológico, uma vez que muda dramaticamente o nosso conhecimento acerca da doença e da sua propagação no país", escreve o responsável pelos cuidados intensivos de dois grandes hospitais a nordeste de Paris, no relatório. "Além disso, a ausência de um elo com a China e a falta de viagens recente sugerem que a doença já estava a espalhar-se entre a população francesa no final de dezembro", continua.