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Emergência: Jerónimo considera medidas "desproporcionais, incongruentes e desadequadas"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou este domingo as medidas aprovadas pelo Governo no sábado como "desproporcionais, incongruentes e desadequadas", defendendo que o caminho deveria ser o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

08 de Novembro de 2020 às 18:24
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Num comício em Castanheira do Ribatejo (no concelho de Vila Franca de Xira), Jerónimo de Sousa referiu-se às medidas aprovadas no Conselho de Ministros extraordinário e que concretizam o decreto do estado de emergência que vigorará entre segunda-feira e dia 23 de novembro.

"As medidas adotadas pelo Governo na sequência da declaração do Estado de Emergência, aprovado esta sexta-feira na Assembleia da República, com o voto contra do PCP, afiguram-se não só desproporcionais, incongruentes e desadequadas como sobretudo não têm correspondência com as exigências colocadas no plano da saúde pública e da capacitação do SNS para enfrentar a epidemia de Covid-19, e para criar condições de proteção sanitária para que a vida nacional prossiga", defendeu.

Jerónimo de Sousa criticou que, a pretexto da subida de casos de covid-19, aumentem "as vozes dos que reclamam mais restrições às liberdades, mais cortes de direitos e mesmo medidas mais musculadas, trocando a pedagogia pela via repressiva no combate à pandemia"

"Aquilo de que o País necessita é de medidas que estimulem a proteção individual, promovam a pedagogia da proteção e assegurem condições de segurança sanitária para que a vida nacional possa prosseguir nas suas múltiplas dimensões", defendeu.

O secretário-geral comunista apelou a que "o direito aos salários, o direito a ter direitos não sejam apagados" em contexto de pandemia.

"Que não exercitem o medo para tirar esses direitos, da nossa parte tudo faremos para que, salvaguardando as medidas sanitárias, garantindo a proteção de cada e um de todos nós, não impeçam o exercício de direitos e liberdades fundamentais", apelou.

Para o líder comunista, "em vez de suspender, proibir ou impedir atividades ou eventos, o que é necessário é que sejam criadas condições de segurança sanitária para que se mantenham as atividades económicas, sociais, culturais e desportivas".

"É necessário dar prioridade às medidas de reforço da capacidade de resposta do SNS, de segurança no funcionamento das escolas, dos lares, dos transportes públicos, das instalações e equipamentos culturais e desportivos", pediu.

Jerónimo de Sousa recordou que, no mesmo dia em que foi aprovado o novo estado de emergência, com o voto contra do partido, o PCP apresentou um conjunto de 35 propostas para garantir o reforço do SNS.

"Porque não basta invocar a gravidade da situação, como o Governo faz, é preciso fazer corresponder as palavras aos atos", referiu.

O comício do PCP, destinado a assinalar a Revolução russa de Outubro, juntou mais de uma centena de pessoas num pavilhão, todas em lugares sentadas com distanciamento e máscara.

À entrada, todos tinham de desinfetar as mãos com álcool gel e, à saída, foi pedido que ninguém saísse antes da indicação do partido.

Portugal contabiliza pelo menos 2.896 mortos associados à covid-19 em 179.324 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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