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"É um pouco triste termos de pedir auxílio estrangeiro", diz o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, reveliu esta quarta-feira tristeza pelo facto de Portugal ter de transferir doentes para países terceiros por não ter gerido a pandemia "da forma mais adequada".

Os deputados têm em cima da mesa duas petições sobre a integração da CPAS na Segurança Social e várias iniciativas legislativas dos partidos.
27 de Janeiro de 2021 às 16:16
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O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares criticou esta quarta-feira, numa audição no Parlamento, a gestão pública da situação pandémica em Portugal. Questionado pelos deputados sobre a possibilidade de serem transferidos doentes para países terceiros, Alexandre Lourenço disse ser "um pouco triste (...) termos de pedir auxílio estrangero quando não soubemos lidar com uma situação dentros de portas" e "porque não soubemos gerir a situação no nosso país da forma mais adequada".

A comissão para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia contou também com a intervenção de Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP). O representante dos hospitais privados aproveitou para informar que existem, atualmente, 230 doentes com covid-19 em hospitais privados, dos quais 51 estão em unidades de cuidados intensivos (UCI).

Óscar Gaspar frisou também que "desde o início, desde março de 2020, que os hospitais privados manifestaram disponiblidade para participar nesta luta". "No primeiro momento, tivemos cinco hospitais de referência para receber doentes covid e tivemos 354 camas no Porto, Lisboa e Lagos para pessoas com covid. Estava tudo devidamente acertado com a Direção-Geral de Saúde (DGS)". No entanto, explica o presidente da APHP, o ministério da Saúde entendeu desmobilizar "da primeira linha de combate" à pandemia os hospitais privados.

A situação agora é diferente e Óscar Gaspar refere que os privados já colocaram à disposição do SNS quase 900 camas. Para o deputado José Soeiro do Bloco de Esquerda, trata-se de um número pequeno.

"Porque é que apenas 900 camas estão a ser disponibilizadas pelos privados quando parece haver uma capacidade muito maior?", inquiriu o bloquista, salientando que "os nossos dados apontam para a existência de 12 vezes mais camas do que aquelas que estão a ser disponibilizadas".

Como reposta, Óscar Gaspar garantiu que as restantes camas dos hospitais privados estão ocupadas, não sendo possível "emprestar", de momento, mais camas ao SNS.

O representante da APHP disse também não compreender porque é que "90% dos profissionais de saúde dos hospitais privados ainda não foram vacinados " contra a covid-19. "Um médico é um médico", observou Óscar Gaspar, defendendo que não interessa se "tem um vínculo com o SNS ou com privados". 

Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, e Diogo Urjais, representante das unidades de saúde familaires, também foram ouvidos na audição desta quarta-feira.

(Notícia atualizada às 17h)
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