Notícia
Covid-19: Ministros das Finanças esboçam medidas para a recuperação nos países mais vulneráveis
O encontro serviu para adiantar as conversações que devem ser definidas este mês num pacote a debater pelos chefes de Estado e de governo numa cimeira marcada para 29 de setembro, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) sobre o financiamento das políticas de desenvolvimento.
08 de Setembro de 2020 às 22:28
Alargar a moratória dos pagamentos da dívida pública a alguns países foi uma das ideias hoje discutida pelos ministros das Finanças de todo o mundo para impulsionar a recuperação das economias nos países mais vulneráveis.
Na reunião virtual foi também equacionado, para responder às consequências económicas da pandemia, recapitalizar os bancos de desenvolvimento nacionais e regionais e declarar as remessas um serviço essencial.
O encontro serviu para adiantar as conversações que devem ser definidas este mês num pacote a debater pelos chefes de Estado e de governo numa cimeira marcada para 29 de setembro, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) sobre o financiamento das políticas de desenvolvimento.
"Temos de tomar medidas hoje para lançar as bases para a recuperação desta crise", acentuou a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohammed, que liderou a reunião juntamente com o Canadá e a Jamaica, os dois países que estão a conduzir o processo.
A convite da ONU e destes dois países, líderes de todo o mundo reuniram-se em maio para discutir as novas necessidades de financiamento de políticas de desenvolvimento no contexto da pandemia provocada pela covid-19 e para procurar respostas coletivas.
À data foram identificadas seis grandes áreas de ação, trabalhadas nos últimos meses e hoje revistas pelos ministros das Finanças.
Entre as questões em cima da mesa está a prorrogação, por mais um ano, da suspensão temporária do serviço da dívida para os países mais pobres, já acordada pelo G20, ou o seu adiamento para os Estados de rendimento médio.
Também foi discutida a possibilidade de o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitir direitos de saque especiais, a sua moeda nominal, para apoiar os Estados mais necessitados, ou a criação de fundos para ajudar os países dependentes do turismo e outros com problemas de liquidez.
A longo prazo estão a ser estudadas hipóteses como o perdão da dívida em troca de desenvolvimentos nas alterações climáticas ou a utilização de tecnologias para combater os fluxos financeiros ilícitos que diminuem os fundos que poderiam ser investidos nestas áreas.
Uma das maiores preocupações das Nações Unidas é que a crise resultante da pandemia deixe as políticas de desenvolvimento sem recursos e impeça a implementação da Agenda 2030, a grande estratégia contra a pobreza e para a proteção do ambiente.
"Com medidas contínuas de contenção, fronteiras fechadas, dívidas em alta e recursos fiscais em declínio, a pandemia está a empurrar-nos para a pior recessão em décadas, possivelmente até uma depressão, com consequências terríveis para os mais vulneráveis", sublinhou a secretária-geral adjunta da ONU.
A diretora geral do FMI, Kristalina Georgieva, salientou que a crise está a atingir severamente os mercados emergentes e argumentou que a pandemia está a deixar para trás a lição de que é necessário mais investimento social.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o FMI a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
Na reunião virtual foi também equacionado, para responder às consequências económicas da pandemia, recapitalizar os bancos de desenvolvimento nacionais e regionais e declarar as remessas um serviço essencial.
"Temos de tomar medidas hoje para lançar as bases para a recuperação desta crise", acentuou a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohammed, que liderou a reunião juntamente com o Canadá e a Jamaica, os dois países que estão a conduzir o processo.
A convite da ONU e destes dois países, líderes de todo o mundo reuniram-se em maio para discutir as novas necessidades de financiamento de políticas de desenvolvimento no contexto da pandemia provocada pela covid-19 e para procurar respostas coletivas.
À data foram identificadas seis grandes áreas de ação, trabalhadas nos últimos meses e hoje revistas pelos ministros das Finanças.
Entre as questões em cima da mesa está a prorrogação, por mais um ano, da suspensão temporária do serviço da dívida para os países mais pobres, já acordada pelo G20, ou o seu adiamento para os Estados de rendimento médio.
Também foi discutida a possibilidade de o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitir direitos de saque especiais, a sua moeda nominal, para apoiar os Estados mais necessitados, ou a criação de fundos para ajudar os países dependentes do turismo e outros com problemas de liquidez.
A longo prazo estão a ser estudadas hipóteses como o perdão da dívida em troca de desenvolvimentos nas alterações climáticas ou a utilização de tecnologias para combater os fluxos financeiros ilícitos que diminuem os fundos que poderiam ser investidos nestas áreas.
Uma das maiores preocupações das Nações Unidas é que a crise resultante da pandemia deixe as políticas de desenvolvimento sem recursos e impeça a implementação da Agenda 2030, a grande estratégia contra a pobreza e para a proteção do ambiente.
"Com medidas contínuas de contenção, fronteiras fechadas, dívidas em alta e recursos fiscais em declínio, a pandemia está a empurrar-nos para a pior recessão em décadas, possivelmente até uma depressão, com consequências terríveis para os mais vulneráveis", sublinhou a secretária-geral adjunta da ONU.
A diretora geral do FMI, Kristalina Georgieva, salientou que a crise está a atingir severamente os mercados emergentes e argumentou que a pandemia está a deixar para trás a lição de que é necessário mais investimento social.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o FMI a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.