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Confinamento geral une partidos, com as escolas a baralhar as contas
Os dois partidos com maior representação parlamentar defendem a implementação de um confinamento geral semelhante ao que foi adotado em março e abril, mas reconhecem haver dúvidas sobre o que fazer em relação às escolas e universidades.
Depois da reunião com o Infarmed, os dois partidos políticos com maior representação parlamentar defenderam a implementação de um confinamento geral, semelhante ao que foi adotado em março e abril, para combater a evolução da situação epidemiológica em Portugal.
"É necessário confinar, tendo em vista garantir o achatamento da curva", referiu de forma taxativa José Luís Carneiro do Partido Socialista. "Não haja dúvidas sobre a necessidade de se adotar mais medidas de confinamento".
Esta mensagem foi repetida instantes mais tarde por Ricardo Baptista Leite do PSD.
"Portugal vive o pior momento de resposta à pandemia desde que ocorreram os primeiros casos em março de 2020", começou por referir o deputado, admitindo em seguida serem necessárias medidas mais duras.
Apesar da frente unida, os dois partidos reconheceram que o principal ponto de divergência, mesmo entre especialistas, "teve que ver com as medidas a adotar em relação às escolas e às universidades", disse o socialista José Luís Carneiro aos jornalistas, após a reunião do Infarmed.
Ainda assim, as universidades são as que implicam uma menor dor de cabeça para os decisores políticos neste momento."Quanto às universidades, encontram-se neste momento em época de exames. O próprio período destinado à realização de exames exige menos movimentação", observou José Luís Carneiro.
No entanto, a aritmética já não é tão simples na questão das escolas. Se por um lado os partidos reconhecem que os "adolescentes e os jovens" podem acabar por ser "vítimas do confinamento", por outro o "problema são os encontros entre alunos antes e depois das aulas".
"Nós temos de perceber de uma vez por todas o que é que queremos fazer", refletiu Ricardo Baptista Leite acerca da matéria.
À saída da reunião do Infarmed, o secretário-geral do PCP manifestou a mesma indecisão em relação às escolas. "Verificamos neste debate a divergência da opinião em relação à abertura das escolas".
As certezas de Jerónimo de Sousa fizeram-se ouvir quando foi questionado sobre o sentido de voto do PCP na hora de renovar o estado de emergência: "O nosso sentide de voto mantém-se", afirmou o líder dos comunistas, indincando desta forma que o PCP deverá votar contra um novo estado de emergência.
Já o Bloco de Esquerda deu a entender que irá apoiar o Governo, com o deputado Moisés Ferreira a afirmar que "ter um confinamento geral é a resposta", mas que é importante não esquecer a economia nem os "mais frágeis".
"É muito importante que todas as pessoas, todas as famílias, tenham acesso a bens essenciais, a direitos essenciais. Que questões como a eletricidade, o gás, a habitação, sejam garantidos e que se for preciso que sejam suportados pelo Estado."
Mais à direita, o CDS também alinha com a intenção do Executivo de decretar um novo confinamento. No entanto, Francisco Rodrigues dos Santos manifestou o seu descontentamento pela "situação dramática e preocupante" vivida em Portugal e que considera ser da responsabilidade do Governo de António Costa e Marta Temdio.
(Notícia em atualização)