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Com as mortes por covid-19 a crescer, duas pequenas nações mantêm mortalidade abaixo de 0,1%

Com o número global de mortes pela pandemia de coronavírus a ultrapassar as 250 mil, duas pequenas nações destacam-se com as menores taxas de mortalidade entre os países que estão a enfrentar grandes surtos.

Sara Matos
05 de Maio de 2020 às 20:31
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No Qatar e Singapura, o número de mortos é inferior a 0,1% das infeções reportadas. Em Singapura, onde o número total de casos aumentou para um dos mais altos da Ásia, devido aos surtos em dormitórios de trabalhadores estrangeiros, uma mulher de 102 anos recuperou do vírus e recebeu alta do hospital no fim de semana.

 

A demografia dos pacientes e a capacidade de resposta dos sistemas de saúdes são essenciais para manter a taxa de sobrevivência alta nesta pandemia, dizem os especialistas em saúde. Enquanto alguns países com pequenos surtos como o Vietname não tenham registado uma única morte, os que lidam com uma grande disseminação - definida como mais de 10 mil casos - geralmente começam a ver sua infraestrutura de cuidados de saúde sob pressão.

 

Entre as economias com grandes surtos, a taxa de mortalidade no Qatar é a mais baixa, de 0,07% - 12 mortes em mais de 16 mil casos. Em Singapura, a taxa é de 0,093% de mais de 19 mil infeções. Os dois países também mantiveram baixa a mortalidade pelo vírus em relação ao tamanho das suas populações: menos de 0,5 por 100 mil pessoas.

 

As duas nações também estão entre as mais ricas do mundo, o que significa que têm mais facilidade de pagar pelos kits de teste e pelas camas de hospital de que precisam. Logo atrás do Qatar e Singapura nas taxas de sobrevivência estão a Bielorrússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

 

Estas taxas são calculadas a partir de números oficiais reportados pelas nações. A Bielorrússia tem sido criticada por supostamente reportar números inferiores aos reais.  

 

As razões dos baixos níveis de mortalidade resumem-se a três coisas: testes, idade da população e capacidade das unidades de cuidados intensivos, disse Raina MacIntyre, professora de biossegurança global da Universidade de New South Wales.

 

"Os países que testam mais e detetam casos mais leves terão uma taxa de mortalidade aparentemente menor", explica. Populações mais velhas e países que excederam a sua capacidade nos cuidados intensivos e capacidade de ventilação também terão maiores taxas de mortalidade, acrescenta.

 

Embora Singapura tenha uma população envelhecida e uma idade mediana mais alta do que o Qatar, a maioria das suas infeções está entre trabalhadores estrangeiros com baixos salários, que geralmente são jovens e passam por exames de saúde antes de serem autorizados a trabalhar no país.

 

Da mesma forma, muitos dos casos no Médio Oriente são entre os trabalhadores migrantes, mais jovens. A maioria da população nos Emirados Árabes Unidos e Qatar são expatriados mais jovens, que também passam por exames de saúde antes de entrar no país e são obrigados a sair quando o trabalho termina.

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