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Citigroup teme que teletrabalho penalize produtividade no longo prazo

  Michael Corbat, CEO do Citigroup, está preocupado com os potenciais efeitos negativos de longo prazo depois de muitos dos seus funcionários passarem a maior parte de 2020 a trabalhar em casa.

Michael Corbat, CEO do Citigroup
06 de Dezembro de 2020 às 16:00
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"As pessoas falam sobre a produtividade do trabalho remoto", disse Corbat numa entrevista para o evento da Bloomberg Invest Talks nesta sexta-feira. "Bem, se eu trabalhar sete dias por semana, de 15 a 16 horas por dia e não tirar férias, pelo menos por um período de tempo serei mais produtivo."

 

Embora mais trabalho remoto provavelmente signifique que o Citigroup possa reduzir os seus ativos imobiliários, Corbat disse que está hesitante em declarar uma mudança generalizada em direção a essa prática. O CEO disse em maio que, ao contrário de alguns de seus concorrentes, não estava a considerar a opção de deixar os trabalhadores a trabalhar de forma permanente em casa após o fim da pandemia.

 

O banco com sede em Nova Iorque, que tem cerca de 200.000 funcionários em todo o mundo, quer ver como a produtividade muda através de longos períodos de tempo e se a criatividade sofre com isso, antes de decidir quanto trabalho remoto vai permitir, disse Corbat.

 

O Citigroup e muitos dos seus concorrentes mantiveram a grande maioria dos funcionários em casa durante grande parte do ano para ajudar a conter a disseminação do Covid-19. Agora, enquanto os governos em todo o mundo correm para adquirir vacinas e novos tratamentos promissores contra o vírus, muitas empresas estão a desenvolver planos para, eventualmente, trazer os funcionários de volta ao trabalho presencial.

"Vamos continuar a acelerar a mudança para o digital e, quando apropriado, tornar o trabalho mais remoto. Mas certamente não gostaria que mudássemos muito rapidamente", disse Corbat.

 

Enquanto isso, numa altura em que partes dos Estados Unidos e da Europa lutam contra o ressurgimento de casos de Covid-19, a empresa não tem resistido a manter os trabalhadores em casa ou de mandá-los para trás caso tivessem regressado ao escritório.

 

"Gostamos muito de receber o nosso pessoal quando podemos recebê-los, mas não vamos colocá-los em risco", disse Corbat. "Precisamos ser flexíveis e, obviamente, estamos agora a passar por um certo ressurgimento em algumas partes do mundo. Estamos na fase de redução gradual das restrições."

 

Mudar para digital

"Estamos a gerir a transição de um banco analógico para um banco digital e, de muitas maneiras, a gerir os dois bancos em conjunto", afirmou Corbat. "Algumas pessoas gostam muito das agências, e se ligar e disser: ‘Ótima notícia, estamos a fechar tudo para ficarmos 100% digitais’, provavelmente perderia alguns desses clientes."

 

À medida que se aproxima o fim do ano e o Citigroup avalia os bónus para operadores e outros funcionários, Corbat disse que a empresa teve que equilibrar o seu desejo de reter e recompensar os funcionários com o contexto económico mais amplo e o seu desejo de melhorar o retorno aos acionistas.

 

"O nosso pessoal tem feito um trabalho extraordinário, sejam os operadores ou as pessoas das nossas agências que estão a colocar-se em perigo para garantir que estejam abertas e a população tenha acesso às suas vidas financeiras", disse.

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