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BBVA vê economia portuguesa a cair 6,5% em 2020
"A velocidade da recuperação estará limitada pela destruição de emprego e pela exposição a setores especialmente afetados", escreve o BBVA.
O BBVA Research avançou as previsões para o desempenho da economia nacional em 2020 que, tendo em conta o contexto de pandemia de covid-19, são desanimadoras – embora mais otimistas que as avançadas pela Comissão Europeia.
Os analistas do BBVA esperam que o produto interno bruto (PIB) português caia cerca de 6,5% em 2020, uma estimativa ligeiramente mais otimista que a quebra de 6,8% para a qual a Comissão Europeia veio apontar esta semana.
No que toca à taxa de desemprego, o BBVA afirma que esta pode superar os 10%.
Para 2021, a estimativa é de uma subida do PIBde 4,9%, 3,2 pontos percentuais acima da anterior previsão.
"A velocidade da recuperação estará limitada pela destruição de emprego e pela exposição a setores especialmente afetados", escreve o BBVA, no comunicado enviado às redações.
O banco ressalva que a incerteza por esta altura é "especialmente elevada, principalmente em relação à duração das restrições impostas e ao seu impacto diferenciado por sectores", pelo que "muitos cenários" serão possíveis "sob suposições razoáveis".
A previsão que é agora avançada por estes analistas tem como principais pressupostos que as medidas de confinamento duram entre 6 a 8 semanas, seguidas de uma inversão gradual, que os estímulos económicos serão mantidos ou alargados e toma ainda a China, Itália e Espanha como padrão de contágio, sem contar com novos ciclos de infeção generalizada.
Certo será apenas que "a recessão global é inevitável" e que isso trará "efeitos negativos muito marcados".
Entre os fatores que mais vão pesar nas economias, os analistas destacam o choque de fornecimento devido ao confinamento, mas apontam ainda os problemas que decorrerão das quebras na procura, com a confiança e consumo a diminuírem, da destruição de riqueza financeira e do abalo das cadeias globais de valor.
Numa nota mais positiva, o BBVA nota que desta vez, ao contrário da crise de 2008, o sistema bancário não foi fonte de preocupações específicas e afirma que a "rápida e contundente ação dos bancos centrais" limitou a deterioração financeira.