Notícia
Administrações de sete hospitais de Lisboa criticam distribuição de doentes covid
As administrações de sete hospitais da Área Metropolitana de Lisboa criticam, num documento conjunto, a distribuição de doentes entre os hospitais da região e dizem que as unidades periféricas têm menor taxa de esforço do que as centrais.
27 de Janeiro de 2021 às 09:59
As administrações de sete hospitais da Área Metropolitana de Lisboa criticam, num documento conjunto, a distribuição de doentes entre os hospitais da região e dizem que as unidades periféricas têm maior taxa de esforço do que as centrais.
Num documento revelado hoje pelo jornal I, que escreve que a carta já foi enviada à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, as administrações do Centro Hospitalar Barreiro- Montijo, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital Beatriz Ângelo (Loures), Hospital Garcia de Orta (Almada), Hospital José de Almeida (Cascais), Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e Hospital de Vila Franca de Xira, dizem que a distribuição de doentes não está a ser "equilibrada".
No apelo, as administrações hospitalares pedem uma distribuição mais equilibrada de doentes entre o centro e a periferia.
"Existem, naturalmente, diferenças locais, as quais têm implicado que essa pressão assuma valores diferentes entre os hospitais, mas é evidente que a cintura de Lisboa é a área mais flagelada pela pandemia e pela sua expressão em procura de cuidados hospitalares", consideram.
No documento, apresentam também o cálculo das taxas de esforço por hospital: "Os Centros Hospitalares de Setúbal e Barreiro/Montijo e os Hospitais Beatriz Ângelo, Garcia de Orta, José de Almeida, Prof. Doutor Fernando Fonseca e de Vila Franca de Xira apresentam taxas de esforço do seu internamento de doentes covid-19 em enfermaria, no dia 22 de janeiro, situados entre os 45% e os 71%".
Os responsáveis por estas unidades comparam com os centros hospitalares universitários de Lisboa Central e Lisboa Norte, com ocupações de 25% e 32,1% na mesma data, frisando que se trata de "uma taxa claramente abaixo do valor médio dos hospitais da região (44,4%)".
A exceção, dizem, vai para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que apresenta uma taxa de esforço de 50,6%.
Para os administradores, o problema verifica-se sobretudo no internamento em enfermaria, uma vez que nos cuidados intensivos "a situação é mais equilibrada".
Na carta, as sete administrações rejeitam ainda que o facto de hospitais como o Santa Maria e São José, as unidades de referência no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), e no Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) serem mais diferenciados justifique a diferença.
"Não se desconhece a elevada diferenciação e capacidade dessas duas unidades, nem a dedicação e empenho das suas administrações e profissionais, mas um dos objetivos da finalmente criada gestão regional de recursos era garantir que as taxas de esforço seriam distribuídas de uma forma equilibrada entre as unidades hospitalares da região, o que não está, obviamente, a acontecer", sublinham.
Recordam igualmente que, "quanto menor a dimensão e lotação dos hospitais, maior é a dificuldade de encontrarem recursos humanos e físicos adicionais para enfrentarem a procura crescente".
Os responsáveis sublinham o facto das sete unidades que representam se encontrarem "numa clara situação de resposta a uma catástrofe" e apelam a que o nível de empenhamento de meios de todos os hospitais da Região de Lisboa e Vale do Tejo seja semelhante, de forma a "garantir uma distribuição equilibrada do esforço dos denodados profissionais de saúde, que se abeiram da exaustão, e a equidade dos níveis de resposta, da qualidade e da segurança da assistência aos doentes".
Frisam igualmente que a missiva "não visa ninguém nem nenhuma instituição, mas apenas elevar a capacidade e qualidade de resposta dos hospitais públicos da região a uma ameaça que atinge, por igual, todos os portugueses".
Num documento revelado hoje pelo jornal I, que escreve que a carta já foi enviada à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, as administrações do Centro Hospitalar Barreiro- Montijo, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital Beatriz Ângelo (Loures), Hospital Garcia de Orta (Almada), Hospital José de Almeida (Cascais), Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e Hospital de Vila Franca de Xira, dizem que a distribuição de doentes não está a ser "equilibrada".
"Existem, naturalmente, diferenças locais, as quais têm implicado que essa pressão assuma valores diferentes entre os hospitais, mas é evidente que a cintura de Lisboa é a área mais flagelada pela pandemia e pela sua expressão em procura de cuidados hospitalares", consideram.
No documento, apresentam também o cálculo das taxas de esforço por hospital: "Os Centros Hospitalares de Setúbal e Barreiro/Montijo e os Hospitais Beatriz Ângelo, Garcia de Orta, José de Almeida, Prof. Doutor Fernando Fonseca e de Vila Franca de Xira apresentam taxas de esforço do seu internamento de doentes covid-19 em enfermaria, no dia 22 de janeiro, situados entre os 45% e os 71%".
Os responsáveis por estas unidades comparam com os centros hospitalares universitários de Lisboa Central e Lisboa Norte, com ocupações de 25% e 32,1% na mesma data, frisando que se trata de "uma taxa claramente abaixo do valor médio dos hospitais da região (44,4%)".
A exceção, dizem, vai para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que apresenta uma taxa de esforço de 50,6%.
Para os administradores, o problema verifica-se sobretudo no internamento em enfermaria, uma vez que nos cuidados intensivos "a situação é mais equilibrada".
Na carta, as sete administrações rejeitam ainda que o facto de hospitais como o Santa Maria e São José, as unidades de referência no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), e no Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) serem mais diferenciados justifique a diferença.
"Não se desconhece a elevada diferenciação e capacidade dessas duas unidades, nem a dedicação e empenho das suas administrações e profissionais, mas um dos objetivos da finalmente criada gestão regional de recursos era garantir que as taxas de esforço seriam distribuídas de uma forma equilibrada entre as unidades hospitalares da região, o que não está, obviamente, a acontecer", sublinham.
Recordam igualmente que, "quanto menor a dimensão e lotação dos hospitais, maior é a dificuldade de encontrarem recursos humanos e físicos adicionais para enfrentarem a procura crescente".
Os responsáveis sublinham o facto das sete unidades que representam se encontrarem "numa clara situação de resposta a uma catástrofe" e apelam a que o nível de empenhamento de meios de todos os hospitais da Região de Lisboa e Vale do Tejo seja semelhante, de forma a "garantir uma distribuição equilibrada do esforço dos denodados profissionais de saúde, que se abeiram da exaustão, e a equidade dos níveis de resposta, da qualidade e da segurança da assistência aos doentes".
Frisam igualmente que a missiva "não visa ninguém nem nenhuma instituição, mas apenas elevar a capacidade e qualidade de resposta dos hospitais públicos da região a uma ameaça que atinge, por igual, todos os portugueses".