Notícia
Saldo externo continua a deteriorar-se. Défice aumenta 165% até julho
O saldo externo continua longe dos valores do ano passado. O défice externo de Portugal mais do que duplicou até julho. Contudo, o final do ano tende a ser positivo pelo que poderá ainda tornar-se num excedente.
É uma tendência que prossegue sem inversão. O acumulado do défice da balança corrente e de capital entre janeiro e julho deste ano atingiu os 1,6 mil milhões de euros, o que compara com os 661 milhões de euros que se registavam no mesmo período do ano passado. Os dados foram publicados esta quarta-feira, 18 de setembro, pelo Banco de Portugal.
"Até julho de 2019, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -1.633 milhões de euros, o que compara com -616 milhões de euros em igual período de 2018", escreve o banco central na nota de informação estatística sobre a balança de pagamentos de Portugal. Ou seja, o valor mais do que duplicou, aproximando-se de um valor em que triplica.
E o "culpado" continua a ser o desequilíbrio do comércio internacional de bens que não deixou de ser deficitário na economia portuguesa durante o processo de ajustamento. "Para esta evolução contribuiu, sobretudo, a balança de bens", aponta o Banco de Portugal, referindo que o défice de bens aumentou dois mil milhões de euros até julho para os 9,6 mil milhões de euros (+26%). O défice de bens já vai nos 8,1% do PIB.
Nos últimos anos, o bom desempenho das exportações de serviços tinha sido suficiente para acomodar o défice de bens, mas essa compensação tornou-se mais difícil. A contribuir negativamente para o saldo externo está também a balança de serviços, que é excedentária mas encolheu 137 milhões de euros no acumulado dos primeiros sete meses do ano. O excedente nos serviços passou de 6,8% do PIB para 6,6%.
Tanto nos bens como nos serviços, as importações têm crescido a um ritmo superior ao das exportações em Portugal. "Nos primeiros sete meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 3% (2,2% nos bens e 4,6% nos serviços) e as importações aumentaram 7,4% (6,7% nos bens e 10,8% nos serviços)", assinala o BdP.
Por outro lado, a balança de rendimento primário, que é deficitária, deu um contributo positivo para o saldo externo dado que o défice diminuiu 748 milhões de euros para os 3,34 mil milhões de euros. Esta queda é explicada pela redução dos juros pagos a entidades não residentes.
A balança de capital, apesar de ter reduzido ligeiramente, também continua a dar um contributo positivo para as contas externas do país.
Já a balança financeira deteriorou-se uma vez que os ativos líquidos de Portugal face ao exterior diminuíram em 1,7 mil milhões de euros. "É de destacar o aumento de passivos através do investimento de não residentes em sociedades não financeiras residentes e em obrigações do tesouro, e uma redução de ativos emitidos por não residentes na posse do setor financeiro", explica o Banco de Portugal. Ou seja, houve mais estrangeiros a investir em empresas portugueses e em dívida pública. E, além disso, o setor financeiro (principalmente o próprio BdP) reduziu os ativos estrangeiros.
Tudo somado, Portugal continua a ter um défice conjunto das balanças corrente e de capital até julho. Nos dois últimos anos, o saldo passou a excedentário cada vez mais tarde (julho em 2017 e agosto em 2018), o que deverá repetir-se este ano. Dada a diferença significativa face aos anos anteriores, não é de excluir que este saldo fique negativo até ao final do ano.
Note-se que a variação da balança de pagamentos influencia a posição de investimento internacional do país, um indicador da dívida externa portuguesa.
"Até julho de 2019, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -1.633 milhões de euros, o que compara com -616 milhões de euros em igual período de 2018", escreve o banco central na nota de informação estatística sobre a balança de pagamentos de Portugal. Ou seja, o valor mais do que duplicou, aproximando-se de um valor em que triplica.
Nos últimos anos, o bom desempenho das exportações de serviços tinha sido suficiente para acomodar o défice de bens, mas essa compensação tornou-se mais difícil. A contribuir negativamente para o saldo externo está também a balança de serviços, que é excedentária mas encolheu 137 milhões de euros no acumulado dos primeiros sete meses do ano. O excedente nos serviços passou de 6,8% do PIB para 6,6%.
Tanto nos bens como nos serviços, as importações têm crescido a um ritmo superior ao das exportações em Portugal. "Nos primeiros sete meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 3% (2,2% nos bens e 4,6% nos serviços) e as importações aumentaram 7,4% (6,7% nos bens e 10,8% nos serviços)", assinala o BdP.
Por outro lado, a balança de rendimento primário, que é deficitária, deu um contributo positivo para o saldo externo dado que o défice diminuiu 748 milhões de euros para os 3,34 mil milhões de euros. Esta queda é explicada pela redução dos juros pagos a entidades não residentes.
A balança de capital, apesar de ter reduzido ligeiramente, também continua a dar um contributo positivo para as contas externas do país.
Já a balança financeira deteriorou-se uma vez que os ativos líquidos de Portugal face ao exterior diminuíram em 1,7 mil milhões de euros. "É de destacar o aumento de passivos através do investimento de não residentes em sociedades não financeiras residentes e em obrigações do tesouro, e uma redução de ativos emitidos por não residentes na posse do setor financeiro", explica o Banco de Portugal. Ou seja, houve mais estrangeiros a investir em empresas portugueses e em dívida pública. E, além disso, o setor financeiro (principalmente o próprio BdP) reduziu os ativos estrangeiros.
Tudo somado, Portugal continua a ter um défice conjunto das balanças corrente e de capital até julho. Nos dois últimos anos, o saldo passou a excedentário cada vez mais tarde (julho em 2017 e agosto em 2018), o que deverá repetir-se este ano. Dada a diferença significativa face aos anos anteriores, não é de excluir que este saldo fique negativo até ao final do ano.
Note-se que a variação da balança de pagamentos influencia a posição de investimento internacional do país, um indicador da dívida externa portuguesa.