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Montepio volta a rever em alta estimativa de crescimento da economia portuguesa

Pela segunda vez em pouco mais de um mês, o banco Montepio voltou a rever em alta as perspectivas de crescimento do PIB português em 2017. O banco prevê agora que este ano a economia nacional avance 1,8%, enquanto o défice deverá ser de 1,8% do PIB.

03 de Abril de 2017 às 16:22
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O banco Montepio reviu em alta a estimativa de crescimento da economia portuguesa em 2017 de 1,7% para 1,8%. No relatório "Semanal de Economia e de Mercados", divulgado esta segunda-feira, 3 de Abril, o banco revê em alta pela segunda vez num período pouco superior a um mês a perspectiva para o PIB no presente ano, isto depois de no final de Fevereiro já ter melhorado a estimativa de crescimento da economia em 2017 de 1,5% para 1,7%.

 

Quanto ao défice orçamental, o Montepio acredita que cairá este ano para 1,8% do PIB, o que representaria uma redução de 0,3 pontos percentuais face ao défice de 2,1% confirmado há cerca de duas semanas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

Já depois de o INE ter confirmado que em 2016 o défice foi de 2,1%, numa entrevista dada na semana passada à agência Bloomberg, o ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou que a projecção de crescimento económico inscrita pelo Governo no Orçamento do Estado deste ano – de 1,5% - "está desactualizada".

 

Acredita-se, portanto, que o Governo irá rever em alta a perspectiva de crescimento económico, que deverá aproximar-se dos 2%, sendo que as estimativas de expansão do PIB da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco de Portugal são de 1,6%, 1,3% e 1,8%, respectivamente.

 

O Montepio justifica a oportunidade desta nova revisão em alta com "os dados robustos sobre actividade retalhista e industrial" registados em Fevereiro, e ainda com "a nova subida do indicador de sentimento económico no mês de Março" e que permitiu superar "pela primeira vez, os níveis pré-crise de 2008/2009". Factores que levaram o Montepio "a rever, ligeiramente em alta, a nossa estimativa de crescimento em cadeia do PIB no primeiro trimestre em 0,1 pontos percentuais", com a instituição a estimar agora um crescimento entre 0,3% e 0,5%.

 

Em Fevereiro as vendas a retalho tiveram uma variação mensal positiva de 3,1%, a que se junta a subida já revista em alta de 2,7% para 3% em Janeiro, com a actividade deste sector a avançar para máximos de Fevereiro de 2011. Assim, depois da descida de 0,9% verificada no último trimestre de 2016, o Montepio sublinha que as leituras de Janeiro e Fevereiro das vendas a retalho registaram já "um forte acréscimo de 2,6%" nos primeiros três meses deste ano.

 

O Montepio explica que esta variável deverá "evidenciar um forte contributo positivo para o crescimento do consumo privado no total do trimestre".

 

"O nosso indicador compósito para o consumo privado aponta para uma subida deste agregado entre 0,4% e 0,6% no 1.º trimestre, representando uma ligeira revisão em alta (em 0,1 pontos percentuais) face às nossas anteriores previsões, mas continuando a representar uma desaceleração face ao forte acréscimo de 1,1% observado no quarto trimestre, com o consumo a ser suportado pelas vendas de carros, pela vendas a retalho e pelo consumo de serviços", lê-se ainda no relatório do banco.

 

Investimento cresce e consumo privado abranda

 

O Montepio também acredita que o investimento regressará ao crescimento em 2017, em grande parte impulsionado pelos "financiamento por parte de fundos comunitários (Plano Juncker)". A que deve juntar-se "alguma recuperação da construção e continuação da recuperação do investimento empresarial em equipamentos", acrescenta o banco.

 

Já o consumo privado deve voltar a aumentar este ano, embora deva abrandar relativamente ao crescimento de 2,3% alcançado em 2016, o que deverá ficar a dever-se à "subida dos preços da energia" e ao "abrandamento do consumo de bens duradouros", considerando que os aumentados obtidos em 2015 e 2016 são insustentáveis e apenas justificáveis pela "dupla recessão" vivida no país.

 

Nota ainda para as exportações que devem ter "um contributo ligeiramente negativo para o crescimento", nota o Montepio recordando que deverá ter uma variação "similar" à apresentada em 2016.

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