Notícia
INE confirma aceleração dos preços para 2,3% em janeiro com fim do IVA Zero e eletricidade
O valor já tinha sido adiantado na estimativa rápida divulgada pelo INE no fim do mês passado e representa a primeira subida depois de quatro meses consecutivos de abrandamento da subida dos preços no país. Fim do IVA zero teve impacto de 0,7 pontos percentuais.
"A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 2,3% em janeiro, taxa superior em 0,9 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior. Esta aceleração é em parte explicada pelo aumento de preços da eletricidade e pelo fim da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais", explica o instituto.
A inflação subjacente, que exclui das contas dos produtos alimentares não transformados e energéticos, registou um abrandamento para 2,4% em janeiro (no mês passado tinha sido de 2,6%). Assim, este índice contraria a tendência do Índice de Preços no Consumidor (IPC).
"A variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 0,2% (-10,5% no mês precedente) e o índice referente aos produtos alimentares não transformados acelerou para 3,1% (2,0% no mês anterior)", acrescentam.
Fim do IVA zero teve impacto de 0,7 pontos percentuais
Num "exercício de natureza mecânica", o INE concluiu que o fim da isenção do IVA nos produtos alimentares teve um impacto na subida dos preços de 0,7 pontos percentuais sobre a variação total do IPC.
"Este exercício, de natureza puramente mecânica, consistiu na aplicação das atuais taxas de IVA aos preços observados em dezembro, permitindo assim medir a variação de preços que se verificaria, mantendo tudo o resto constante, se o efeito da reposição do IVA fosse transmitido na sua totalidade no preço cobrado aos consumidores", explica o INE na nota divulgada esta segunda-feira.
Ainda assim, por força do pressuposto deste exercício de que "a isenção do IVA se reflete integralmente no preço final de cada produto abrangido", os resultados, ressalva o INE, "não traduzem o efeito efetivo da isenção de IVA nos preços do consumidor".
"As respostas dos mercados são condicionadas por vários fatores, nomeadamente, os graus de regulação e de
competição, ou as elasticidades da procura e da oferta relativamente ao preço. Desta forma, a estimativa efetuada
constitui apenas uma referência para avaliar o impacto desta alteração", acrescenta o INE.