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Incerteza é agora maior do que durante a covid, diz vice do BCE

Luis de Guindos culpa as políticas da nova administração norte-americana, em concreto a tendência menos favorável ao multilateralismo e defende os planos europeus para aumentar os gestos em Defesa.

Wolfgang Rattay / Reuters
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O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos acredita que as políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, estão a causar mais incerteza na economia do que durante a covid-19.

"Precisamos de considerar a incerteza do ambiente atual, que é ainda maior do que durante a pandemia", afirmou numa entrevista ao jornal britânico The Sunday Times. "O que estamos a ver é que a nova administração dos EUA não está muito aberta a continuar com o multilateralismo, que se baseia na cooperação entre jurisdições e na procura de soluções comuns para problemas comuns. Esta é uma mudança muito importante e uma grande fonte de incerteza", indicou o número dois de Christine Lagarde.

De Guindos junta-se, assim, a outros responsáveis do BCE que nos últimos dias manifestaram preocupação com o impacto de uma possível guerra comercial, incluindo a presidente da autoridade monetária que alertou para os impactos prejudiciais de uma escalada de tarifas comerciais, com efeitos prejudiciais na economia mundial.

Na Zona Euro, o crescimento deverá situar-se nos 0,9% este ano, de acordo com as previsões do BCE publicadas este mês.

"Os salários reais aumentaram, a inflação está a diminuir, as taxas de juro estão a baixar e as condições de financiamento estão melhores", afirmou De Guindos. "Mas, ainda assim, a realidade é que o consumo não está a recuperar", alertou nesta entrevista. 

A justificação, aponta o responsável, "deve-se ao facto de os consumidores nem sempre reagirem às variações do seu rendimento real disponível no curto prazo", avaliando também "o que pode acontecer à economia no médio prazo, e que, neste momento, está envolta em incerteza. A possibilidade de uma guerra comercial ou de um conflito geopolítico mais alargado tem impacto na confiança dos consumidores", concluiu.

Questionado sobre os planos massivos de investimento em defesa por parte dos governos europeus, De Guindos afirmou que "esta é certamente uma decisão que vai na direção certa", embora seja demasiado cedo para tirar conclusões económicas definitivas, mas antevê que "será positivo para o crescimento e terá um impacto limitado na inflação". 

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